Na tarde desta quarta-feira (29), a Meta divulgou seus resultados no 3º trimestre. Apesar de ter superado as expectativas de Wall Street, a big tech viu suas ações negociadas após o pregão regular caírem, segundo a CNBC.
Os ganhos por ação da companhia de Mark Zuckerberg foram de US$ 7,25 (R$ 38,87, na conversão direta), ante US$ 6,69 (R$ 35,87) projetado. Já a receita da empresa foi de US$ 51,2 bilhões (R$ 274,4 bilhões) ante US$ 49,4 bilhões (R$ 264,8 bilhões) estimados.

Meta e seus resultados no terceiro trimestre de 2025
- Uma lei do governo Donald Trump resultou em cobrança única de imposto de renda, não monetária, de US$ 15,9 bilhões (R$ 85,4 bilhões), explicou a big tech;
- A chamada “One Big Beautiful Bill” pode resultar em “redução significativa” nos pagamentos de impostos federais estadunidenses para o resto de 2025 e anos futuros, aponta a empresa;
- Além disso, houve um aumento na previsão de investimentos ainda este ano, para entre US$ 70 bilhões e R$ 72 bilhões (R$ 375,27 bilhões e R$ 385,9 bilhões);
- A Meta tem expectativa, ainda, de que suas despesas cheguem ao valor mínimo de US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões), com gastos ficando entre US$ 116 bilhões e US$ 118 bilhões (R$ 621,8 bilhões e R$ 632,6 bilhões).
Durante a divulgação de resultados, Zuckerberg, cofundador e CEO da empresa, comentou sobre o aumento de despesas. “Continuamos vendo esse padrão em que construímos uma certa quantidade de infraestrutura com base no que consideramos uma estimativa otimista, e então continuamos tendo mais demanda.”
“Isso sugere que ser capaz de fazer um investimento significativamente maior aqui tem grandes chances de ser algo lucrativo ao longo de algum período”, prosseguiu.

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Prejuízo no metaverso
A Reality Labs, unidade que lida com o mundo da realidade virtual da Meta, sofreu prejuízo de US$ 4,4 bilhões (R$ 23,5 bilhões), com vendas chegando a US$ 470 bilhões (R$ 2,5 trilhões).
Susan Li, diretora financeira da Meta, também participou da teleconferência e explicou que a queda nas vendas do setor se deve ao fato de a empresa não ter lançado headsets da marca Quest este ano e porque os varejistas que adquiriram o estoque do dispositivo anterior para a temporada de compras de fim de ano o fizeram durante o terceiro trimestre.
Já o recente lançamento da empresa, o Meta Ray-Ban Display, os primeiros óculos de IA para consumidores e com comandos via gestos, já está com seus estoques esgotados e vagas para demonstração preenchidas até novembro.
“Ainda esperamos um crescimento significativo na receita de óculos de IA no quarto trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, graças à forte demanda pelos produtos que lançamos recentemente, mas isso é mais do que compensado pelos desafios enfrentados pelos headsets Quest”, afirmou.
Quando se fala de usuários ativos diários, a big tech reportou 3,54 bilhões. Os especialistas de Wall Street esperavam um pouco menos: 3,5 bilhões.
Já as vendas no terceiro trimestre aumentaram 26% ante 2024. Isso significa o maior crescimento da empresa desde o primeiro trimestre do ano passado.
O comércio de publicidade da dona de Facebook, WhatsApp, Threads e Instagram chegou aos US$ 50,8 bilhões (R$ 272,3 bilhões). Wall Street esperava US$ 48,5 bilhões (R$ 260 bilhões).
Quanto à receita do quarto e último trimestre de 2025, a Meta, pensa entre US$ 56 bilhões e US$ 59 bilhões (R$ 300,2 bilhões/R$ 316,3 bilhões). O StreetAccount apontou que o ponto médio da faixa esperada pela empresa está acima do esperado pelos especialistas.

Sobre seu quadro de funcionários, a companhia afirmou que, em 30 de setembro, possuía 78.450 colaboradores, número 8% menor ante 2024. A informação veio após o anúncio de cortes de cerca de 600 postos de trabalho em sua unidade de inteligência artificial (IA), a Superintelligence Labs, que faz parte de um megainvestimento da Meta no universo da IA.
Em contrapartida, a companhia anunciou joint venture com a Blue Owl, avaliada em US$ 27 bilhões (R$ 144,7 bilhões). Ela financiará um data center em Richland Parish, Louisiana (EUA).
Zuckerberg informou que sua empresa necessita cada vez mais de poder computacional para crescer suas iniciativas de IA, o que leva a gastos maiores com data centers e serviços em nuvem.
“Isso sugere que ser capaz de fazer um investimento significativamente maior aqui tem grandes chances de ser algo lucrativo ao longo de algum período”, ponderou.
Vibes reforça a visão da empresa sobre IA
No mês passado, a big tech lançou o Vibes, ferramenta de vídeos curtos que conta com IA e feed social para rodar no app Meta AI, no estilo TikTok. Desde seu lançamento, a rede impulsionou os downloads do Meta AI para 56% mês a mês, sendo 3,9 milhões de downloads até o último dia 18, segundo dados da Appfigures.
Zuckerberg explicou que “o Vibes é um exemplo de um novo tipo de conteúdo possibilitado pela IA, e acredito que existem muitas outras oportunidades para criar novos tipos de conteúdo no futuro”.