Nova IA pode revelar a origem do câncer

Sistema desenvolvido por pesquisadores alemães usa IA para identificar e marcar células com maior risco de se tornarem cancerígenas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 30/10/2025 12h14
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Imagem: Lightspring/Shutterstock
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O câncer é provocado por mutações do DNA que fazem com que as células cresçam e se multipliquem de forma descontrolada. Identificar ao certo o que causa essas anormalidades, no entanto, ainda é um grande desafio para a ciência.

Por conta disso, pesquisadores do EMBL Heidelberg, na Alemanha, desenvolveram uma nova ferramenta de inteligência artificial capaz de realizar este trabalho. A tecnologia foi descrita em estudo publicado na revista Nature.

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IA facilita trabalho que antes era extremamente complexo e demorado (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Ferramenta analisa micronúcleos das células

  • O sistema combina microscopia automatizada, sequenciamento de célula única e IA.
  • Chamado de MAGIC, ele detecta células com um tipo particular de característica visível.
  • Para este estudo, os cientistas se concentraram em uma estrutura celular chamada micronúcleo.
  • Eles são minúsculos compartimentos fechados que contêm uma pequena porção do DNA das células, separado da maior parte do genoma.
  • Segundo a equipe, células com micronúcleos tendem a produzir novas anormalidades cromossômicas, o que as torna mais propensas a se tornarem cancerosas.
  • Uma vez detectadas, o sistema “marca” elas usando um laser.

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Ferramenta consegue identificar células com maior potencial cancerígeno (Imagem: Jezperklauzen/iStock)

Células problemáticas recebem marcações

Na prática, o MAGIC funciona capturando imagens de uma amostra de célula. Em seguida, um algoritmo de aprendizado de máquina, treinado em conjuntos de dados anotados manualmente de células contendo micronúcleos, verifica essas imagens.

Quando o algoritmo detecta células com micronúcleos, ele compartilha sua localização com o microscópio e o instrui a iluminar especificamente esses alvos, marcando-os permanentemente. Essas células então podem ser facilmente separadas e submetidas a uma análise mais profunda.

Cérebro com os dizeres "AI" dentro
IA pode revolucionar estudo do câncer (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Ao automatizar um processo que anteriormente era extremamente trabalhoso, demorado e propenso a erros de detecção, a tecnologia permite estudar essas células em uma escala e velocidade inéditas. Em menos de um dia, é possível analisar quase 100 mil unidades. Isso pode ajudar a encontrar respostas ainda desconhecidas sobre o câncer.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.