Amazon: falha não abala AWS, que lucra acima do esperado no 3º trimestre

Ações da companhia de Jeff Bezos saltaram para mais de 10% nas negociações após o expediente
Rodrigo Mozelli30/10/2025 17h37, atualizada em 30/10/2025 19h04
Fachada de prédio da Amazon
Big tech viu bons resultados no segmento de nuvem (Imagem: Jim Parkin/Shutterstock)
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Nesta quinta-feira (30), a Amazon divulgou seus resultados no terceiro trimestre. Após a divulgação, as ações da companhia de Jeff Bezos saltaram para mais de 10% nas negociações após o expediente, afirma a CNBC.

Isso deu porque os resultados financeiros da big tech foi acima do esperado por analistas e investidores. Além disso, a unidade de computação em nuvem da gigante do e-commerce, a Amazon Web Services (AWS), também foi além do esperado nos números, mesmo após a falha global da última semana.

Ao fundo, desfocado, o logo da Amazon; à frente, logo da AWS em um smartphone
Mesmo com pane global na última semana, AWS foi o carro-chefe da empresa no terceiro trimestre (Imagem: gguy/Shutterstock)

Como foi o desempenho da Amazon?

  • Segundo analistas da LSEG, os ganhos por ação foram de US$ 1,95 (R$ 10,49, na conversão direta), ante US$ 1,57 (R$ 8,45) esperados;
  • Já em receita, a companhia obteve US$ 180,1 bilhões (R$ 968,9 bilhões) contra US$ 177,8 bilhões (R$ 956,6 bilhões) estimados;
  • A AWS deu US$ 33 bilhões (R$ 177,5 bilhões) de receita, enquanto Wall Street esperava US$ 32,42 bilhões (R$ 174,4 bilhões), segundo dados da StreetAccount;
  • O setor de anúncios rendeu US$ 17,7 bilhões (R$ 95,2 bilhões), enquanto a expectativa de analistas era de US$ 17,3 bilhões (R$ 93,2 bilhões).

A receita da unidade de nuvem da Amazon cresceu 20,2% no terceiro trimestre, ultrapassando as expectativas de 18,1%. A AWS vem sendo área de grande atenção para a empresa, com papel-chave para enfrentar suas rivais nesse e em outros setores, como Google e Microsoft.

O CEO da empresa, Andy Jassy, disse, em comunicado, que a AWS está “crescendo em ritmo que não víamos desde 2022” e tem forte demanda por inteligência artificial (IA). “Continuaremos experimentando forte demanda de IA e no núcleo de infraestrutura e estamos focados na capacidade de aceleração — acrescentando mais de 3,8 gigawatts nos últimos 12 meses”, prosseguiu.

Já no quarto trimestre, a Amazon espera obter vendas que chegarão a US$ 206 bilhões a US$ 213 bilhões (R$ 1,07 trilhão/R$ 1,1 trilhão). No ponto médio, a previsão de receita é de US$ 209,5 bilhões (R$ 1,12 trilhão), enquanto Wall Street estima US$ 208 bilhões (R$ 1,11 trilhão), segundo a LSEG.

O lucro operacional esperado é de entre US$ 21 bilhões (R$ 112,9 bilhões) e US$ 26 bilhões (R$ 139,8 bilhões). Já a previsão de analistas é de US$ 23,8 bilhões (R$ 128 bilhões).

Logo do Amazon Prime Day
Crescimento das vendas online da empresa contam com os resultados do Prime Day 2025 (Imagem: Michael Vi/Shutterstock)

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O núcleo de e-commerce da big tech obteve crescimento sólido de 10% no trimestre, incluindo os resultados do Prime Day 2025. Nesse setor, há uma grande incerteza por conta das mudanças nas políticas comerciais do governo de Donald Trump. Mesmo assim, Jassy afirmou aos investidores, no trimestre passado, que o aumento das tarifas por parte de Trump não afetaram a demanda, tampouco levaram a grandes aumentos nos preços.

O lucro operacional ficou estável ante o mesmo trimestre em 2024, em US$ 17,4 bilhões (R$ 93,6 bilhões). Segundo a companhia, o valor reflete o acordo de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,4 bilhões) com a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) relativo ao processo contra assinaturas “enganosas” do Amazon Prime.

Além disso, está incluso cerca de US$ 1,8 bilhão (R$ 9,6 bilhões) em indenizações por rescisão de contrato, “principalmente relacionadas à eliminação planejada de cargos”.

IA com o maior investimento

O setor de IA é, agora, o um dos que mais recebe investimentos da Amazon, incluso em varejo, nuvem, dispositivos e anúncios. Além disso, a companhia experimenta verdadeiro boom no interesse pela IA generativa, o que só aumentou desde a chegada do ChatGPT, em novembro de 2022.

Nessa linha, a big tech lançou o Q, chatbot para negócios, e a IA generativa para clientes de nuvem Bedrock. Em fevereiro deste ano, foi a vez do Rufus, chatbot que auxilia os clientes Amazon em suas compras. Segundo da empresa, são 250 milhões de usuários do Rufus só este ano, com 60% dos usuários “com mais chances de completar a compra” após interagir com o chatbot.

A Amazon também inaugurou, na quarta-feira (29), seu data center de US$ 11 bilhões (R$ 59,1 bilhões), chamado Project Rainier. Contudo, ele foi projetado para rodar apenas a IA Claude, da Anthropic.

As ações da empresa subiram cerca de 1,6% no acumulado do ano, deixando-a atrás de suas rivais do grupo das “Sete Magníficas“. Isso se deve ao receio por perdas de contratos lucrativos de IA para serviços em nuvem.

Logos das empresas chamadas de sete magníficas na tela de um notebook
No ano, ações da Amazon a deixam atrás de suas rivais das “Sete Magníficas” (Imagem: NRSPro/Shutterstock)

Corte em outras áreas

Apesar do massivo investimento em IA, a companhia precisou realizar cortes em outros setores, como a demissão de 14 mil empregados corporativos, anunciado na terça-feira (28), visando tornar a empresa mais enxuta e menos burocrática, podendo se movimentar rapidamente, especialmente quando se fala em IA.

Falando em funcionários, a Amazon fechou o terceiro trimestre com cerca de 1,5 milhão de colaboradores, havendo um crescimento de 2% no período de um ano.


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Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.