Após tombo das ações, Meta faz a maior oferta de títulos do ano

Em teleconferência, Mark Zuckerberg convenceu investidores de que a empresa vai impulsionar a IA em anúncios e conteúdo
Por Bruna Barone, editado por Layse Ventura 30/10/2025 19h36
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A emissão de títulos de dívida funciona como um empréstimo (Imagem: Mijansk786/Shutterstock)
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A Meta vendeu US$ 30 bilhões (R$ 161 bi) em títulos para cobrir gastos com inteligência artificial, mesmo após o tombo histórico das ações da empresa. Essa foi a maior venda de títulos corporativos do ano, com prazos que variam de cinco a 40 anos, segundo a Bloomberg. A emissão foi coordenada pelos bancos Citigroup e Morgan Stanley.

Nesta quinta-feira (30), as ações da Meta caíram 11%, reduzindo seu valor de mercado em quase US$ 200 bilhões (R$ 1,07 tri), a segunda maior perda diária da história da companhia. Foi um reflexo do receio de investidores com gastos excessivos do CEO Mark Zuckerberg, que prometeu aumentar ainda mais os investimentos em data centers.

“Os spreads estão historicamente apertados, então, do ponto de vista deles, não é um momento ruim para tomar empréstimos”, disse Scott Kimball, diretor de investimentos da Loop Capital Asset Management, à Bloomberg. “Os investidores precisam olhar além das grandes quantias em caixa e das altas reservas de capital próprio e se concentrar naqueles que se mostrarão mais bem-sucedidos.”

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Zuckerberg prometeu investir US$ 600 bilhões em centros de dados e infraestrutura de IA nos EUA até 2028 (Imagem: PJ McDonnell/Shutterstock)

Promessas

A Meta informou que pretende gastar até US$ 72 bilhões (R$ 387 bilhões) em despesas de capital (capex) este ano e que seus gastos vão crescer ainda mais rápido em 2026 – até então, estimados em US$ 105 bilhões (R$ 564,75 bi).

Os resultados do terceiro trimestre apontam para um crescimento sólido após a empresa registrar aumento de 26%, atingindo US$ 51,2 bilhões. Desse total, 98% é gerado por anúncios – e a Meta deixou claro que depende dos investidores para melhorar a segmentação de publicidade e conteúdo.

“Queremos ter certeza de que não estamos investindo menos do que o necessário”, disse Zuckerberg na teleconferência após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Ele garantiu que, mesmo que a Meta desenvolva poder computacional além do necessário, o excesso pode ser vendido, assim como Microsoft e Google já fazem.

Celular exibindo foto de Mark Zuckerberg colocado em frente tela exibindo logomarca da Meta
98% da receita da Meta no terceiro trimeste veio de anúncios (Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)

Recentemente, ao participar de um jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Zuckerberg prometeu investir US$ 600 bilhões (R$ 3,22 tri) em data centers e infraestrutura de IA no país até o fim de 2028.

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ABC do mercado

A emissão de títulos de dívida funciona como um empréstimo. Na prática, ao comprar um título, o investidor está emprestando dinheiro à empresa, que se compromete a pagar juros durante o prazo estabelecido. Para empresas, é um mecanismo que possibilita o financiamento de grandes projetos; para governos, ajuda a cobrir despesas e déficit, além de financiar obras públicas.

Fachada de um prédio da Meta
Companhia viu suas ações caírem após divulgação de resultados do trimestre (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Dos títulos emitidos pela Meta, US$ 4,5 bilhões têm vencimento em 40 anos com rendimento de 1,1 ponto percentual a mais do que os títulos do Tesouro de referência, segundo a Bloomberg. A dívida total foi emitida em seis lotes, com diferentes taxas.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.