Rede Fantasma do YouTube: empresa derruba milhares de vídeos com malware na plataforma

Rede global disseminava malwares através de contas falsas no YouTube, em vídeos com promessa de downloads de programas gratuitos
Vitoria Lopes Gomez31/10/2025 12h45, atualizada em 31/10/2025 15h38
malware
(Créditos: PUGUN SJ / iStock)
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A Check Point Research, divisão de inteligência de ameaças da Check Point Software, ajudou a derrubar uma operação de disseminação de malware conhecida como YouTube Ghost Network (Rede Fantasma do YouTube). A rede usava contas falsas para disseminar vírus e contava com milhares de vídeos maliciosos publicados no YouTube.

A empresa agiu em conjunto com o Google, responsável pelo YouTube, para derrubar mais de 3 mil vídeos identificados na operação.

Veja como funciona a YouTube Ghost Network e como se proteger.

Logo do YouTube em um smartphone
Empresa trabalhou em conjunto com o YouTube para remover vídeos (Imagem: gguy/Shutterstock)

Rede Fantasma do YouTube tinha milhares de vídeos com malware

A Check Point Research passou mais de um ano investigando a YouTube Ghost Network. Segundo a empresa, a rede – que atua a nível global – não era formada por vídeos isolados, mas por um sistema modular de contas falsas ou sequestradas com funções específicas.

Eram elas:

  • Contas de vídeo, que publicavam tutoriais falsos com links para supostos softwares gratuitos;
  • Contas de postagens, que divulgavam senhas e novos links nas abas de comunidade;
  • Contas de interação, que adicionavam curtidas e elogios falsos nos comentários, simulando engajamento real.

Esse modelo permitia que os ataques se mantivessem ativos mesmo com as remoções, algo que dificulta a detecção e a desarticulação da rede.

Um dos casos mapeados pela CPR era de um canal com 129 mil inscritos que publicou um vídeo de uma versão “gratuita” do Adobe Photoshop. O conteúdo chegou a 300 mil visualizações e mais de 1 mil curtidas. Já outro canal, direcionado a usuários de criptomoedas, direcionava para páginas falsas com malwares.

Em ambos os casos, os vídeos levavam as vítimas a baixar arquivos supostamente legítimos hospedados em Dropbox, Google Drive ou MediaFire, e a desativar programas antivírus para a instalação. Com isso, o próprio usuário infectava seu sistema com malwares de roubo de credenciais, carteiras de criptomoedas e informações do sistema.

As informações roubadas eram enviadas para servidores que trocavam de endereço constantemente para evitar rastreamento.

Links encaminhavam para páginas falsas de download (Imagem: Check Point Research/Reprodução)

Mais de 3 mil vídeos foram removidos

A empresa revelou que trabalhou em colaboração com o Google para remover mais de 3 mil vídeos maliciosos no YouTube. A ação permitiu desarticular a rede.

De acordo com Eli Smadja, gerente do grupo de pesquisa em segurança da Check Point Software, a operação usava ferramentas de engajamento, como comentários e curtidas, para disseminar malwares, algo que cria uma “armadilha digital sofisticada”. Isso porque o engajamento nos vídeos cria uma sensação de legitimidade e reduz a desconfiança do público, aumentando o alcance das ameaças.

Contatado pelo Olhar Digital, o YouTube respondeu que não iria se posicionar.

malware alerta
Ao desativar antivírus, os próprios usuários infectava seus computadores (Imagem: Sashkinw/iStock)

Como se proteger dos malwares no YouTube?

A empresa recomenda que usuários evitem baixar softwares de fontes não oficiais e pirateadas, e que não desativem antivírus na hora de baixar um programa. Além disso, devem sempre desconfiar de vídeos que oferecem downloads gratuitos.

Leia mais:

Já as plataformas devem ficar atentas para engajamentos suspeitos e grupos de contas que compartilhem URLs semelhantes.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.