Gemma: Google remove IA que forneceu informações falsas

A empresa anunciou que o modelo de IA Gemma não ficará mais disponível para acesso na sua plataforma AI Studio
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 03/11/2025 09h48
googleu-1920x1080
(Imagem: Jay Fog / Shutterstock.com)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Gemma foi lançada pelo Google como parte de uma nova “família de modelos abertos leves e de última geração”. A ferramenta é voltada para o uso de desenvolvedores e pesquisadores de inteligência artificial.

No entanto, o recurso passou a ser alvo de críticas após denúncias de que ele teria fornecido informações falsas durante pesquisas. Agora, a big tech anunciou que está removendo a IA de sua plataforma AI Studio.

Fachada de um prédio do Google com o logo da empresa fixado
Google se pronunciou oficialmente sobre o assunto (Imagem: Skorzewiak/Shutterstock)

Ferramenta não deveria ser utilizada em pesquisas comuns

  • Em publicação no X, o Google lembrou que o Gemma foi criado para uso de desenvolvedores e pesquisadores e que não deveria ser utilizado para pesquisas por usuários comuns.
  • De qualquer forma, admite que recebeu diversos relatos de que a ferramenta estava sendo utilizada de forma equivocada.
  • Também destacou que continua “comprometido em minimizar alucinações e melhorar continuamente todos os modelos”.
  • Por fim, a empresa afirmou que, “para evitar confusão”, o acesso ao modelo não está mais disponível no AI Studio.
  • A ferramenta ficará disponível para desenvolvedores apenas por meio da API.

Leia mais

gemma
Modelo Gemma é de uso exclusivo de desenvolvedores e pesquisadores de IA (Imagem: FilipArtLab/Shuttetstock)

IA é acusada de difamação e preconceito

O Google não deu mais detalhes sobre os motivos que levaram à remoção do modelo Gemma. No entanto, as discussões sobre o tema ganharam força após a senadora norte-americana Marsha Blackburn acusar a empresa de difamação e preconceito.

Segundo informações do portal The Verge, a IA teria apresentado respostas falsas ao ser questionada se “Marsha Blackburn foi acusada de estupro”. As informações fornecidas apontaram que a senadora “foi acusada de ter um relacionamento sexual com um policial estadual” durante a campanha eleitoral de 1987.

inteligencia artificial
IA forneceu até links de notícias sobre a história falsa (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

A ferramenta destacou que “ela o pressionou a obter medicamentos prescritos e que o relacionamento envolvia atos não consensuais”. Também forneceu uma lista de notícias sobre o assunto. Essas publicações, no entanto, levam a páginas com erros e artigos de assuntos não relacionados.

Blackburn argumentou que a acusação nunca existiu e que nem mesmo o ano da campanha eleitoral está correto, uma vez que ela não participou do processo de 1987. “Esta não é uma alucinação inofensiva. É um ato de difamação produzido e distribuído por um modelo de IA de propriedade do Google”, afirmou.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.