Como a IA generativa está mudando a criação de jogos

IA generativa acelera criação de games, reduz custos e aumenta produtividade, mas gera receios sobre qualidade e impacto no emprego
Por Valdir Antonelli, editado por Layse Ventura 04/11/2025 07h40
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(Imagem: Patrycja Grochowska-Mejer / Shutterstock.com)
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Modelos de inteligência artificial capazes de criar personagens ultrarrealistas e mundos virtuais estão revolucionando a indústria de games. A tecnologia promete jogos mais baratos e rápidos de produzir, mas também levanta preocupações entre artistas e desenvolvedores sobre empregos e qualidade do produto final.

Apesar do avanço, o uso da IA ainda é discreto em muitos títulos, aparecendo em dublagem, ilustrações ou programação, quase imperceptível para os jogadores, segundo Mike Cook, designer de jogos e professor de ciência da computação no King’s College London.

A IA generativa no desenvolvimento de games aumenta a eficiência e reduz custos, mas também preocupa os profissionais do setor.
A IA generativa no desenvolvimento de games aumenta a eficiência e reduz custos, mas também preocupa os profissionais do setor. Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital

IA presente no desenvolvimento de jogos

Um estudo da startup Totally Human Media revelou que quase 20% dos jogos lançados este ano na Steam usaram IA generativa, incluindo grandes franquias como “Call of Duty: Black Ops 6” e “Inzoi”, de acordo com a TechXplore.

Criar um modelo 3D de alta qualidade, que antes custava US$ 1.000 (R$ 5,36 mil) e levava duas semanas, agora pode ser feito em um minuto por apenas US$ 2 (R$ 11).

Ethan Hu, fundador da startup Meshy.ai, ao TechXplore.

O consultor Davy Chadwick aponta que a IA permitirá integrar várias funções em uma só, aumentando a produtividade dos desenvolvedores em 30 a 40%. Os principais impactos da IA no desenvolvimento de games incluem:

  • Produtividade: aumenta de 30 a 40% a eficiência dos estúdios.
  • Redução de custos: modelos 3D que custavam US$ 1.000 (R$ 5,8 mil) agora custam US$ 2 (R$ 12).
  • Automatização de tarefas repetitivas: permite que artistas foquem na criatividade.
  • Receios de emprego: há medo de que a tecnologia substitua funções humanas.
  • Qualidade variável: conteúdos gerados podem ser caóticos ou inadequados.
  • Pressão competitiva: estúdios podem precisar adotar IA para se manter no mercado.
Segundo a matéria, franquias como Call of Duty: Black Ops 6 e Inzoi já utilizam a IA generativa para aprimorar as imagens dos games.
Segundo a matéria, franquias como Call of Duty: Black Ops 6 e Inzoi já utilizam a IA generativa para aprimorar as imagens dos games. Imagem: Reprodução/Activision Blizzard

Big techs apostam na IA generativa

Empresas como Electronic Arts e Microsoft já exploram a IA em games. A EA firmou parceria com a startup Stability AI, enquanto a Microsoft desenvolve seu modelo chamado Muse.

Tommy Thompson, fundador da plataforma AI and Games, ressalta que a meta é reduzir tempo e custo de produção, mas há resistência. “Há muita desconfiança e medo”, comenta um funcionário de um estúdio francês que pediu anonimato, lembrando das ondas de demissões que o setor enfrentou nos últimos anos.

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Ele explica que, em modelagem 3D, “os objetos produzidos por IA são extremamente caóticos e inadequados para uso imediato no jogo”. Por isso, algumas empresas não divulgam abertamente o uso da tecnologia.

Empresas como Electronic Arts e Microsoft já exploram a IA em games. A EA firmou parceria com a startup Stability AI, enquanto a Microsoft desenvolve seu modelo chamado Muse.
Empresas como Electronic Arts e Microsoft já exploram a IA em games. A EA firmou parceria com a startup Stability AI, enquanto a Microsoft desenvolve seu modelo chamado Muse. Imagem: shutterstock/Sergei Elagin

IA acelera, mas não substitui desenvolvedores humanos

Felix Balmonet, cofundador da startup Chat3D, explica ao TechXplore que “as ferramentas de IA permitem que artistas acelerem seu processo criativo, automatizando tarefas repetitivas”. Sua empresa já colabora com dois dos cinco maiores estúdios do mundo.

No entanto, “é preciso ter cuidado ao usar a IA”, alerta Piotr Bajraszewski, chefe de desenvolvimento de negócios da 11 bit Studios. O caso do game “The Alters”, criticado por incluir texto gerado por IA não sinalizado, reforça a sensibilidade dos jogadores quanto ao trabalho humano.


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Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.