Fundo promete R$ 1 bilhão para transição energética na Amazônia

Em projeto piloto, 50.000 pessoas que vivem em comunidades remotas e isoladas da Amazônia vão receber energia solar limpa
Bruna Barone04/11/2025 06h15
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Iniciativa foi lançada durante o durante o Global Citizen Festival: Amazônia (Imagem: JarnoVerdonk/iStock)
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Um novo fundo de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) vai conectar investidores a projetos governamentais e comunitários focados na construção de uma transição energética justa na Amazônia. A iniciativa Journey Fund foi lançada pela Bridging Ventures durante o Global Citizen Festival: Amazônia, evento realizado uma semana antes da COP30, em Belém.

Um projeto piloto será realizado na Colômbia com financiamento de US$ 10 milhões para levar energia solar limpa para 50.000 pessoas que vivem em comunidades remotas e isoladas da Amazônia, incluindo Mitú e Puerto Leguízamo. O objetivo é eliminar 38.000 toneladas de emissões de CO₂ por ano, reduzindo a demanda por combustíveis fósseis importados.

“O Journey Fund não se trata apenas de financiar e reduzir os riscos da transição, mas também de justiça, cooperação e esperança. Trata-se de garantir que a revolução da energia limpa não deixe ninguém para trás. Convido você a se juntar a este movimento, porque a verdadeira medida do progresso não é o que extraímos da Terra, mas o que devolvemos a ela e uns aos outros”, disse Rajiv Joshi, fundador da Bridging Ventures.

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Projeto na Colômbia pode eliminar 38.000 toneladas de emissões de CO₂ por ano (Imagem: Luis Echeverri Urrea/iStock)

Nos próximos cinco anos, o Journey Fund pretende mobilizar mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) até 2030, apoiando áreas como Belém para eliminar gradualmente a dependência do petróleo e do gás, com o apoio do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. Na Colômbia, o projeto foi criado para alcançar 650.000 pessoas, reduzir 2,5 milhões de toneladas de CO₂ anualmente e fortalecer as economias locais.

Esforço global

A campanha anual Protect the Amazon (PTA), liderada pelo Global Citizen Festival, atingiu sua meta e garantiu mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) para salvaguardar a floresta tropical e povos originários. Os recursos serão usados para proteger 31 milhões de hectares (área equivalente a 43 milhões de campos de futebol) por meio de projetos de conservação, além de financiar ações de inovação sustentável e promover a defesa de territórios indígenas tradicionais.

Na prática, 11 milhões de pessoas poderão ter acesso a energia limpa e renovável, saúde ou apoio financeiro; mais de 5 milhões de pessoas receberão treinamento técnico em energia limpa ou tecnologia renovável; e 2 milhões de pessoas se beneficiarão diretamente de programas que aprimoram a segurança alimentar e restauram ecossistemas.

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Campanha anual liderada pelo Global Citizen Festival atingiu a meta de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) (Imagem: JarnoVerdonk/iStock)

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Não para por aí

A Global Citizen disse que vai manter o apelo ao Reino Unido, à Alemanha, à França, à Noruega e a outras nações ricas para que assumam compromissos políticos e financeiros concretos na COP30 em Belém. Nesta terça-feira (4), países da União Europeia vão definir as metas climáticas para 2040, que visa reduzir as emissões em 90% na próxima década.

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Nações mais ricas serão cobradas por compromissos concretos na COP30 (Imagem: georgidimitrov70/iStock)

Além disso, a campanha “Ampliar as Energias Renováveis ​​na África” ​​está avançando rumo ao Global Citizen NOW: Joanesburgo e à Cúpula do G20 no final de novembro, onde a entidade pretende alcançar compromissos concretos para a transição energética na África.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.