Amazônia atinge limite do Acordo de Paris; Pantanal supera marca

Análises foram feitas a partir de imagens de satélite e modelagem de dados durante o período entre 1985 a 2024
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/11/2025 09h31
Termômetro marcando temperaturas altas em montagem para ilustrar calor e aquecimento global
(Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)
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A MapBiomas, rede global que monitora as mudanças na cobertura e o uso da terra em diversos países, emitiu um alerta para o Brasil. Pela primeira vez, o limite de aumento da temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris foi atingido na Amazônia.

O levantamento, que compreende o período entre 1985 a 2024, ainda revela que a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais foi superada no Pantanal. As análises são feitas a partir de imagens de satélite e modelagem de dados.

Amazônia vista de cima
Amazônia atingiu marca histórica de calor (Imagem: streetflash/Shutterstock)

Todos os biomas brasileiros ficaram mais quentes

Segundo os dados divulgados, desde 2019, temperaturas acima da média têm sido registradas em quase todos os biomas brasileiros. Na Caatinga, Cerrado e Pampa, as anomalias têm se mantido em até 1°C acima da média.

Já na Amazônia, a temperatura média em 2024 ficou 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Isso significa que, pela primeira vez, a floresta atingiu o limite estabelecido no Acordo de Paris, pacto global firmado em 2015.

desmatamento brasil
Desmatamento impulsionou o aumento das temperaturas (Imagem: Paralaxis/iStock)

Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, explica o que tem motivado esse aquecimento. “Estudos mais recentes apontam que a perda de florestas modifica as trocas de calor e de vapor d’água com a atmosfera, resultando em temperaturas mais elevadas”, diz ele.

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Pantanal teve aumento ainda maior das temperaturas (Imagem: Andre Maceira/Shutterstock)

Chuvas abaixo da média no Pantanal

  • Um cenário ainda mais grave foi registrado no Pantanal.
  • O bioma teve temperaturas 1,8ºC acima da média em 2024.
  • A explicação para isso foi o baixo volume de chuvas na Bacia do Alto Paraguai.
  • Durante todo o ano passado foram 205 dias sem chuva.
  • Um cenário que impulsionou o aumento das temperaturas na região.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.