O programa espacial chinês deu mais um passo para melhorar a rotina dos astronautas a bordo da estação Tiangong: eles agora conseguem preparar alimentos mais próximos dos consumidos na Terra, incluindo asinha de frango assada em forno espacial. A inovação faz parte de um projeto que busca tornar a alimentação no espaço mais saborosa e próxima da realidade cotidiana, algo essencial para manter saúde e moral em missões longas e isoladas.
A informação foi divulgada pelo veículo estatal Global Times, que revelou testes bem-sucedidos com asinha de frango ao estilo Nova Orleans e bife com pimenta-preta preparados em um forno especial. O equipamento foi enviado à Tiangong em 31 de outubro, durante a missão tripulada Shenzhou-21.
Asinha de frango no espaço: tecnologia para melhorar a dieta dos astronautas
A alimentação tradicional em órbita costuma ser funcional, mas pouco atraente. Cardápios com peixes enlatados, carnes pré-cozidas, ovos reidratados e sopas desidratadas atendem às necessidades nutricionais, porém deixam muito a desejar em sabor e textura. Com a expansão das viagens espaciais e a perspectiva de missões de longa duração, as agências buscam soluções que melhorem a experiência alimentar.
O novo forno chinês foi projetado para simular o preparo terrestre, o que inclui caramelização e textura crocante — algo essencial para pratos como asinha de frango. Ele atua de forma semelhante a uma air fryer, já que no espaço não há convecção natural devido à ausência de gravidade. Sem ventilação forçada, o ar quente não circula, resultando em cozimento irregular.
Tecnologias aplicadas no forno espacial
- Ventiladores internos para circulação do ar quente
- Sistema de filtragem para reter fumaça e gordura
- Controle preciso de temperatura, chegando a 190 °C
- Grade especial para impedir que os alimentos “flutuem”
- Programas pré-definidos para diferentes receitas
A tecnologia resolve questões críticas do ambiente orbital: além da falta de gravidade, o forno precisa evitar odores persistentes e partículas de gordura no sistema de ar da estação. Outro diferencial é a capacidade de caramelizar alimentos, permitindo resultados até então impossíveis no espaço.
Morale mais alta e cardápio ampliado
Segundo o relatório, o forno é capaz de operar em mais de 500 ciclos e expandiu o menu da estação de 10 itens rotativos para até 190 opções. Isso representa uma enorme mudança no ambiente de convivência a bordo, onde fatores como o sabor da comida podem ter impacto psicológico significativo.
A iniciativa segue avanços feitos anteriormente pela ISS, que testou um forno de cookies em 2020. No entanto, enquanto os biscoitos levaram duas horas para assar, a asinha de frango espacial ficou pronta em apenas 28 minutos, demonstrando maior eficiência no equipamento chinês.
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O próximo desafio pode ser logístico — se as asinhas já chegaram ao cardápio orbital, agora será preciso garantir molhos, acompanhamentos e temperos preferidos, como pimenta, molho ranch ou até salsão, brincaram especialistas.
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