O cometa 12P/Pons-Brooks, popularmente chamado de “Cometa do Diabo”, tem sido estudado por cientistas há anos. Agora, um novo trabalho revelou que a rocha espacial, descoberta em 1812, apresenta uma particularidade intrigrante.
De acordo com uma equipe de astrônomos liderada pelo Observatório Astronômico de Xangai, o objeto emite estranhos sinais de rádio. A descoberta foi feita utilizando dados coletados pelo Radiotelescópio Tianma.

Cauda tem formato de chifre
- O 12P/Pons-Brooks é um cometa criovulcânico que pertence à classe de cometas do tipo Halley.
- Ele é composto de uma concha dura e gelada cheia de gás, poeira e gelo e uma cauda feita do material que vaza do seu interior.
- O apelido “Cometa do Diabo” é devido ao formato de chifre que sua cauda assume quando ele entra em erupção.
- Com uma órbita elíptica que dura cerca de 71 anos, ele atingiu o periélio (ponto mais próximo do Sol) em abril do ano passado.
- Atualmente na constelação de Lupus, a mais de 851 milhões de km da Terra, o cometa deve voltar a se aproximar da Terra apenas em 2095.
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Cometa se aproximou da Terra no ano passado
Os pesquisadores explicam que o “Cometa do Diabo” é um objeto gelado que tem um período orbital entre 20 e 200 anos. A última vez que ele se aproximou da Terra foi em 2024. Na oportunidade, emitiu várias explosões de brilho e sinais de rádio.
O mecanismo por trás desses fenômenos permanece sendo um mistério, mas a equipe conseguiu detectar um pico na linha espectral associada à hidroxila. Esse é um radical livre composto por um átomo de hidrogênio e oxigênio, que é o resultado da quebra do vapor de água pela radiação do Sol.

A partir dessa informação, os cientistas simularam como a luz solar interage com a superfície do cometa. Isso resultou na criação de modelos de como as taxas de produção de água mudaram em cada explosão, revelando que ele é muito mais ativo do que outros cometas do tipo.
Essa análise pode ajudar a entender mais sobre os primeiros dias do Sistema Solar, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. Além disso, o trabalho poderia determinar como surgiram as condições que permitiram que a vida florescesse na Terra. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.