Guerra dos chips: China restringe uso de dispositivos estrangeiros em novos data centers

Objetivo do governo chinês é que os novos projetos de construção de data centers priorizem a utilização de chips do país
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/11/2025 09h02
chips china
Imagem: Billion Photos/Shutterstock
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Mais um capítulo na disputa entre China e Estados Unidos pela hegemonia tecnológica global. O governo chinês proibiu o uso de chips de inteligência artificial estrangeiros em novos projetos de data centers que receberam fundos estatais.

Nas últimas semanas, as autoridades reguladoras do país também ordenaram que os espaços que ainda estão em fase inicial de construção removessem todos os dispositivos fabricados fora da China. O objetivo de Pequim é fortalecer a indústria doméstica.

data center
Projetos de construção de data centers precisarão usar chips chineses (Imagem: Oselote/iStock)

Nvidia deve ser afetada pela decisão

Apesar do recente encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, o acesso da China a chips avançados de IA, incluindo os fabricados pela Nvidia, continua representando um impasse. O líder da Casa Branca chegou a afirmar nos últimos dias que dispositivos mais avançados não poderiam ser vendidos para Pequim.

Com a nova decisão dos chineses, as esperanças da Nvidia de recuperar sua participação no mercado do país parecem ter acabado. Isso porque a regra se aplica também aos chips H20, produtos que receberam autorização dos EUA para exportações.

nvidia
Nvidia é a grande afetada pela nova determinação (Imagem: JRdes/Shutterstock)

Por outro lado, empresas locais, como a Huawei, devem ganhar ainda mais espaço nos próximos anos. As autoridades da China não deram maiores detalhes sobre a nova determinação. As informações são da Reuters.

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EUA querem impedir acesso da China aos semicondutores (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Por fim, a Casa Branca tenta impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.