8 motivos para não usar navegadores baseados em IA

Problemas estão, em sua maioria, ligados a questões muito importantes de segurança. A seguir, confira os principais!
Por Matheus Chaves, editado por Layse Ventura 06/11/2025 04h20
Navegadores com IA
Navegadores com IA - Imagens: Azulblue/Shutterstock | rafapress/Shutterstock | Divulgação/Perplexity
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Há cada vez mais empresas investindo no desenvolvimento de navegadores baseados em IA, como o ChatGPT Atlas, da Open AI.

Esse tipo de ferramenta vem com a promessa de fornecer respostas a perguntas, resumir páginas e até realizar ações em seu nome, o que aparentemente pode acrescentar mais praticidade à sua navegação na web. Todavia, há alguns problemas que você precisa saber antes de utilizar essas tecnologias. 

Na sequência deste conteúdo, você confere alguns dos principais motivos pelos quais não deve utilizar os navegadores baseados em IA.

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Apesar da conveniência, utilizar um browser (navegador) baseado em IA pode ter um custo alto para você devido a aspectos importantes, principalmente aqueles relacionados à segurança. Veja a seguir!

1. Captura de dados sensíveis

Um livro sendo projetado para fora de um notebook, com um robô tocando em uma ponta dele e uma pessoa tocando em outra
Informações sendo pegas de um usuário (Imagem: Mentor57/Shutterstock)

De acordo com o portal Euronews, recentemente, pesquisadores do Reino Unido e da Itália realizaram testes em 10 navegadores com IA, inclusive o ChatGPT e o Copilot. Nisso, notaram que praticamente todos, com exceção do Perplexity AI, tinham indícios de que coletavam dados sensíveis, como registros acadêmicos e até informações bancárias.

Além disso, faziam uso dessas informações para criar perfis de usuários ou personalizar seus serviços de IA, algo que viola as normas de privacidade de dados. 

2. Falta de transparência sobre uso dos dados

Ilustração de data center processando dados do setor financeiro com uso de inteligência artificial
Ilustração de processamento de dados (Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

Nem sempre fica claro o que as empresas de IA desejam realizar com os seus dados coletados. Algumas realizam a incorporação para aprimorar as funcionalidades de suas ferramentas, mas, como apontado pelo artigo do Stanford Report, a documentação sobre a privacidade costuma ser confusa e dificulta a compreensão dos direitos de dados pelos usuários. 

Alguns serviços dão a opção do usuário recusar a coleta de dados, mas um agravante da situação é que há serviços que não oferecem essa opção ao usuário.

3. Utilização de dados de crianças para treinamento 

dados ia
Empresas buscam aumentar a quantidade de dados para treinamento de suas IAs
(Imagem: Jirsak / Shutterstock.com)

Ainda de acordo com o Stanford Report, um estudo realizado por Jennifer King, pesquisadora de privacidade e políticas de dados do Instituto de IA Centrada no Ser Humano de Stanford, e sua equipe, mostrou que existem diversos pontos de preocupação nas políticas de privacidade de desenvolvedores de IA. Por exemplo, algumas empresas ficam com as informações coletadas durante um longo período. 

Outro ponto muito preocupante é que existem empresas que realizam o treinamento utilizando dados de crianças. 

4. Aumenta a sua vulnerabilidade

Mão tocando um cadeado vermelho aberto
Ilustração de vulnerabilidade (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

Como já citado neste conteúdo, alguns navegadores com IA podem realizar tarefas em seu nome. Apesar de ser algo que pode ajudá-lo, dando mais praticidade ao seu dia a dia, o recurso também tem capacidade para deixá-lo totalmente exposto e vulnerável a invasões. 

Caso faça isso em um momento no qual está conectado a contas confidenciais, como a do seu banco em seu navegador, existe o risco de o seu equipamento sofrer uma invasão e um hacker roubar seu dinheiro, por exemplo. 

5. Compartilhamento de seus dados com outras empresas

A Inteligência Artificial está transformando o ambiente corporativo, e 62% dos executivos brasileiros já utilizam a tecnologia para aprimorar decisões e processos. (Imagem: SmileStudioAP/iStock)
A Inteligência Artificial mexendo com informações
(Imagem: SmileStudioAP/iStock)

Um estudo recente feito pela Surfshark mostrou que um terço das 10 maiores empresas de inteligência artificial compartilham informações dos usuários mesmo que eles não tenham ideia do que será feito com elas. 

Existe o risco de seus dados serem utilizados para meios comerciais, por exemplo, o que pode ser útil para que outras empresas criem propagandas personalizadas para influenciá-lo a comprar algum serviço ou produto.

6. Você pode ser infectado por um vírus por conta de uma ação da IA

Computador com alerta de malware – Imagem: Suttipun/Shutterstock

Os problemas de segurança dessa tecnologia ainda são amplos e precisam ser sanados. Em um experimento recente, divulgado pela Infosecurity Magazine, pesquisadores conseguiram enganar um agente de IA dentro do navegador Comet e, assim, instalar um malware no computador do usuário. 

O teste foi simples: eles enviaram um e-mail falso para a conta da vítima, na qual a IA tinha acesso, e disseram que havia resultados de exames de sangue. A ação necessária era baixar os possíveis resultados clicando em um link e preenchendo um CAPTCHA. 

Ao tentar baixar os resultados, a IA se deparou com o CAPTCHA e recebeu a solicitação para concluir a ação. Então, ela fez isso e acabou baixando o vírus. 

7. Risco de compras sem a sua autorização

Matéria Enjoei
Pessoa usando um computador – Símbolo de cadeado como ilustração de algo sendo feito sem a sua autorização (Reprodução: Freepik/MH Stock).

Não é o recomendável, mas há pessoas que não se atentam ao fato de deixar senhas e informações de pagamento salvas em seus navegadores. Nesse caso, se ela usa um browser com IA, há o risco hipotético de a ferramenta ser persuadida a fazer uma compra em um site fraudulento, por exemplo. 

8. Consumo excessivo de memória e CPU

CPU e teclado com LED
CPU e teclado com LED (Imagem: Om.Nom.Nom / Shutterstock.com)

Outro risco é o de consumo excessivo de memória e CPU em sua máquina. Isso ocorreu, por exemplo, no lançamento da versão 141 do Firefox, gerando atrasos e falhas que atrapalharam a experiência dos usuários.

Matheus Chaves
Colaboração para o Olhar Digital

Matheus Chaves é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.