Microsoft está criando “super IA humanista” focada em saúde

Chefe de IA da empresa quer uma super IA voltada para servir aos interesses humanos e que não possa fugir do controle
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 06/11/2025 12h34, atualizada em 06/11/2025 13h43
Pessoa segurando celular com logotipo da Microsoft na tela na frente de outra tela, esta grande, exibindo ilustração de chip de inteligência artificial (IA)
(Imagem: Mijansk786/Shutterstock)
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A Microsoft está criando sua própria equipe de superinteligência artificial, segundo o CEO de IA da empresa, Mustafa Suleyman. Inicialmente, o projeto será focado em diagnósticos médicos e é descrito como uma tecnologia “humanista”, voltada para os interesses da sociedade.

A big tech já havia demonstrado que a área da saúde é uma de suas prioridades. No começo de outubro, a Microsoft firmou uma parceria com a Harvard Medical School para levar informações da área médica para o chatbot Copilot.

Microsoft registra recorde de gastos em IA enquanto Azure supera expectativas de crescimento
Chefe de IA da Microsoft defendeu tecnologia voltada para os interesses humanos (Imagem: Framalicious / Shutterstock)

Microsoft quer uma super IA de saúde

À Reuters, Suleyman revelou que a Microsoft está investindo “muito dinheiro” em sua própria super IA. As primeiras movimentações nesse sentido incluem a formação da MAI Superintelligence Team, uma equipe voltada para a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia. Inclusive, a iniciativa segue os passos da Meta, que também criou uma equipe específica voltada para a super IA.

O executivo também revelou que a empresa continua recrutando profissionais de outros laboratórios de ponta.

Inicialmente, o foco da super IA da Microsoft é nos diagnósticos médicos, reforçando a importância da área de saúde para a big tech. Segundo ele, a empresa tem “uma visão privilegiada da superinteligência médica nos próximos dois a três anos”.

Suleyman também acredita que, se a IA for bem-sucedida, poderá aumentar a expectativa de vida humana, detectar doenças evitáveis mais cedo e nos proporcionar mais anos saudáveis.

Foto estilo retrato de Mustafa Suleyman, CEO de IA da Microsoft
Executivo fez um post em seu próprio blog anunciando a iniciativa (Imagem: Christopher Wilson/Wikimedia Commons)

Tecnologia em prol dos interesses humanos

Ainda de acordo com o executivo, a Microsoft não quer uma IA “generalista infinitamente capaz”, como suas concorrentes. Inclusive, ele duvida que essas máquinas autônomas e supostamente mais inteligentes que seres humanos possam ser controladas.

Ao contrário, a empresa tem uma visão de uma “super IA humanista”, capaz de resolver problemas específicos com benefícios reais à sociedade. Segundo Suleyman, o objetivo é ter um modelo especializado que alcance um desempenho sobre-humano, mas com “praticamente nenhum risco existencial”. 

Logos de OpenAI e Microsoft
Parceria entre OpenAI e Microsoft foi renovada após desenvolvedora concluir transição de estrutura (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

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Microsoft quer independência da OpenAI

A Microsoft é uma das grandes investidoras da OpenAI e integra os produtos da desenvolvedora aos seus. No entanto, conforme a startup caminha para se tornar lucrativa, a big tech quer independência e, inclusive, trabalha em produtos rivais:

  • Segundo Mustafa Suleyman, a parceria entre elas possibilitou à Microsoft estabelecer sua própria equipe de super IA;
  • Ele elogiou os avanços da OpenAI nesse sentido, mas criticou a forma como a tecnologia é treinada como se tivesse sentimentos ou direitos semelhantes aos dos humanos;
  • Para ele, a IA não deve enganar pessoas, fazendo-as pensar que estão conversando com seres conscientes. O treinamento da Microsoft será diferente, justamente para impedir que isso aconteça;
  • Por ora, as empresas têm um acordo de compartilhamento de tecnologia até 2032. Enquanto isso, a Microsoft está desenvolvendo seus próprios modelos e caminha para se tornar independente.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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