A OpenAI finalizou a conversão de sua subsidiária para uma corporação de benefício público no final de outubro, abrindo caminho para captar recursos de investidores e até entrar na bolsa de valores. No entanto, segundo a diretora financeira da desenvolvedora, Sarah Friar, a venda de ações não está nos planos por enquanto.
Durante um discurso na conferência Tech Live do The Wall Street Journal, a executiva garantiu que a conversão da OpenAI não garante uma estreia na bolsa e que a empresa ainda deve depender de outros investimentos, inclusive do governo dos Estados Unidos.

OpenAI abriu caminho para estrear na bolsa de valores
Conforme reportado pelo Olhar Digital, no final de outubro, a OpenAI se converteu em uma corporação de benefício público. Na prática, agora ela pode captar recursos de investidores e até uma potencial Oferta Pública Inicial (IPO).
O IPO significa que a desenvolvedora pode vender suas ações para o público geral pela primeira vez, se tornando uma companhia de capital aberto nas bolsas de valores.
Mesmo assim, isso não está nos planos de curto prazo da OpenAI, garantiu Sarah Friar. Segundo ela, a conversão da empresa não significa um IPO iminente, já que a prioridade ainda é o crescimento e a pesquisa, e não a lucratividade.
A possibilidade de estrear na bolsa de valores é discutida apenas para 2027.

De onde virão os investimentos na OpenAI?
A OpenAI fechou parcerias bilionárias, que devem somar gastos de até US$ 1 trilhão na próxima década. Porém, por ora, a empresa fatura bem menos do que isso, na casa dos US$ 13 bilhões.
Durante a conferência, Friar revelou que a desenvolvedora espera contar com investimentos de bancos, capital privado e até do governo dos Estados Unidos. Nesse caso, a gestão federal poderia garantir o fornecimento de chips que embasam os contratos da OpenAI com outras empresas – principalmente em um cenário em que a disponibilidade dos semicondutores é incerta.
Além disso, a diretora financeira afirmou que a companhia está buscando novas maneiras de aumentar as vendas de assinaturas de seus produtos, incluindo o ChatGPT. Segundo ela, as assinaturas representaram cerca de 40% da receita atual, um aumento de 30% em relação ao ano passado.

Empresa está lucrando menos do que promete gastar
Mas Sarah Friar defende que isso não é um problema:
- De acordo com a executiva, a OpenAI poderia atingir margens brutas “muito saudáveis” se focasse em lucrar. No entanto, o foco não é esse – e sim nos investimentos;
- Para ela, a empresa conseguiria atingir um bom ponto de equilíbrio entre gastos e ganhos, se quisesse;
- Friar também afirmou a OpenAI encerraria este ano com cerca de 2 gigawatts de poder computacional para treinar suas IAs, um aumento de 200 megawatts em relação a dois anos atrás.