Brasileiro vence prêmio da Unesco por pesquisa sobre ética e IA

Unesco reconhece professor brasileiro da UFMG por suas pesquisas sobre ética e governança da inteligência artificial.
Maurício Thomaz07/11/2025 12h03
Unesco premia professor da UFMG por estudos sobre governança e IA responsável
Unesco premia professor da UFMG por estudos sobre governança e IA responsável (Imagem: dee karen / Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O professor Virgílio Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi o grande vencedor da primeira edição do Prêmio Unesco-Uzbequistão para Pesquisa Científica sobre Ética na Inteligência Artificial. A iniciativa reconhece estudos que abordam o uso responsável da tecnologia e sua influência em políticas públicas e sociais em todo o mundo. As informações são da Agência Brasil.

Reconhecimento internacional da Unesco

De acordo com a Unesco, o trabalho de Almeida se destaca por suas contribuições à governança das redes de internet, à inteligência artificial (IA) e aos algoritmos, especialmente no contexto da criação de políticas de regulação no Brasil e em outros países. Desde 2012, o pesquisador investiga o papel ético e social das tecnologias digitais, incluindo o impacto das redes sociais na sociedade.

O professor também teve papel de destaque na formulação do Marco Civil da Internet, quando atuou como secretário nacional de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto ganhou relevância internacional após o caso Edward Snowden, que revelou um extenso esquema de espionagem digital conduzido pelos Estados Unidos. À época, o Brasil reagiu com firmeza, e Almeida participou de reuniões internacionais que ajudaram a moldar diretrizes globais sobre privacidade e segurança digital.

Desde 2012, o pesquisador investiga o papel ético e social das tecnologias digitais (Imagem: Gumbariya/Shutterstock)

De volta ao país, o pesquisador seguiu contribuindo com a área acadêmica na UFMG e na Universidade de São Paulo (USP), onde lidera o projeto IA Responsável, voltado a estudar dimensões técnicas, sociais e legais do uso da inteligência artificial.

Compromisso com uma IA ética e inclusiva

Em nota oficial, o governo brasileiro afirmou que a premiação reflete o compromisso do país com a “governança inclusiva e com o uso ético e responsável da inteligência artificial”. Segundo o Itamaraty, a conquista reforça a importância de desenvolver tecnologias digitais que promovam o bem-estar social e o desenvolvimento sustentável.

Além de Virgílio Almeida, a Unesco também premiou outras iniciativas internacionais voltadas à ética e à responsabilidade tecnológica:

  • As pesquisadoras Claudia Roda e Susan Perry, da American University of Paris, que estudam os impactos da IA e dos direitos humanos no cotidiano;
  • O Instituto para Governança Internacional da Inteligência Artificial da Universidade de Tsinghua, na China, liderado por Xue Lan, que investiga formas de tornar a IA mais inclusiva e socialmente responsável.
Garantir que a inteligência artificial seja utilizada de forma ética é um dos grandes desafios das empresas no mercado atual (Imagem: Supatman/iStock)
Garantir que a inteligência artificial seja utilizada de forma ética é um dos grandes desafios da atualidade (Imagem: Supatman/iStock)

O legado do cientista homenageado

O prêmio recebe o nome de Beruniy Prize, em homenagem ao estudioso Abu Rayhan al-Biruni, um cientista persa dos séculos X e XI reconhecido por seus avanços em astronomia, matemática e geografia. O Uzbequistão, que sedia o prêmio, busca com essa iniciativa reforçar sua presença internacional e promover a valorização da ciência e da cultura.

Leia mais:

Com a vitória, Virgílio Almeida coloca o Brasil em destaque no cenário global da ética da inteligência artificial, consolidando a relevância da pesquisa nacional em debates sobre tecnologia e sociedade promovidos pela Unesco.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.