Corrida tecnológica leva data centers ao espaço para suprir demanda energética da IA

Data centers no espaço podem oferecer energia constante e menor impacto ambiental, dizem especialistas. Saiba detalhes.
Por Maurício Thomaz, editado por Bruno Capozzi 07/11/2025 05h50
Google, SpaceX e startups planejam construir data centers no espaço para aproveitar energia solar constante
Google, SpaceX e startups planejam construir data centers no espaço para aproveitar energia solar constante (Imagem: dima_zel / iStock)
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Com o avanço da inteligência artificial, o consumo de energia por data centers está atingindo níveis sem precedentes. Diante dessa demanda crescente, grandes empresas de tecnologia estão voltando seus olhos para o espaço como alternativa promissora para abrigar servidores e explorar energia solar de forma constante.

Corrida espacial por data centers

A startup norte-americana Starcloud deu o primeiro passo concreto nessa direção ao enviar recentemente um satélite do tamanho de uma geladeira para a órbita da Terra. O equipamento contém uma GPU da Nvidia, marcando o que a empresa chamou de “estreia cósmica” dos mini data centers. Segundo o CEO Philip Johnston, a expectativa é que, em breve, faça mais sentido construir data centers no espaço do que na Terra.

Projeto Suncatcher: Google quer usar satélites como centros de processamento de IA
As big techs investem no espaço como uma nova e promissora opção para instalar servidores e aproveitar a energia solar de maneira contínua (Imagem: Gorodenkoff / Shutterstock)

A proposta tem atraído outras gigantes do setor. O Google anunciou o projeto Suncatcher, que prevê o lançamento de satélites de teste até 2027. Já Elon Musk afirmou que a SpaceX pode começar a implantar data centers orbitais ainda no próximo ano, utilizando sua rede de satélites Starlink. O satélite da Starcloud, inclusive, foi lançado por um foguete da própria SpaceX.

Entre os benefícios citados por especialistas, estão o fornecimento constante de energia solar, a facilidade de resfriamento e a eliminação de barreiras regulatórias e ambientais enfrentadas na Terra.

Desafios técnicos e sustentabilidade em órbita

Apesar das vantagens, os desafios ainda são significativos. Pesquisadores da Universidade do Arizona e da Universidade de Michigan destacam que a tecnologia já é viável em conceito, mas ainda precisa evoluir em áreas como proteção contra radiação, temperaturas extremas e risco de colisão com detritos espaciais.

satélite
Apesar das vantagens, os desafios são enormes (Imagem: Frame Stock Footage / Shutterstock.com)

Atualmente, os projetos imaginam o uso de constelações de satélites em órbita baixa, conectados por feixes de laser para manter a comunicação entre o espaço e a Terra. A expectativa é que os data centers espaciais se tornem comercialmente viáveis dentro de uma ou duas décadas, dependendo da redução de custos de lançamento.

Entre as principais vantagens apontadas por especialistas:

  • Energia solar constante, com satélites sincronizados à órbita do Sol;
  • Menor impacto ambiental, sem necessidade de grandes áreas terrestres;
  • Redução de burocracias locais e resistência de comunidades;
  • Possibilidade de reaproveitar água e sistemas de refrigeração compactos.

Outro fator que pode acelerar essa transição é o avanço de foguetes reutilizáveis, como o Starship, da SpaceX, capaz de reduzir os custos de lançamento em até 30 vezes. Essa queda de preço pode tornar os data centers espaciais competitivos em relação aos terrestres até meados da década de 2030.

Painéis de energia solar durante pôr-do-sol
Uma das vantagens da implementação do data center no espaço é ter energia solar constante, com satélites sincronizados à órbita do Sol (Imagem: bombermoon/Shutterstock)

Para especialistas, o momento é ideal para repensar a economia espacial e explorar novas formas de energia limpa. Se os planos se concretizarem, o espaço pode se tornar a próxima fronteira na infraestrutura digital global.

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As informações são do portal TechXplore.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.