Quem foi Marie Curie? Conheça as 5 principais contribuições da pioneira da radioatividade

No aniversário de Marie Curie, relembramos as descobertas que transformaram a ciência, abriram portas para mulheres na pesquisa e salvaram vidas ao longo de mais de um século
Por Danilo Oliveira, editado por Layse Ventura 07/11/2025 00h05
marie curie, uma das mulheres mais influentes da ciência
Marie Curie, uma das mulheres mais influentes da ciência (Imagem: Marie Curie Org/Reprodução)
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No dia 7 de novembro, celebramos o aniversário de uma das mentes mais brilhantes da história: Marie Curie, cientista que transformou a compreensão da matéria e abriu caminho para avanços fundamentais na medicina e na física moderna. Em um mundo que ainda limitava o acesso de mulheres à educação e à ciência, Curie não apenas rompeu barreiras, mas redefiniu o que era possível.

A pesquisadora polonesa foi a responsável por cunhar o termo radioatividade, descobriu dois novos elementos químicos, revolucionou o tratamento contra o câncer e se tornou a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel – e a única pessoa, até hoje, a conquistar duas premiações em áreas científicas distintas.

Nesta data especial, relembramos sua trajetória e suas principais contribuições para a ciência. Um legado que, mais de um século depois, continua salvando vidas e inspirando meninas e mulheres ao redor do mundo.

Quais as contribuições de Marie Curie para a ciência?

Marie Skłodowska-Curie nasceu em 7 de novembro de 1867, em Varsóvia, Polônia. Desde cedo, demonstrou aptidão para as ciências, mas enfrentou limitações devido ao seu gênero e à ocupação russa em seu país natal.

Determinada a prosseguir seus estudos, mudou-se para Paris em 1891, onde se formou em física e matemática pela Universidade de Sorbonne. Lá, conheceu Pierre Curie, com quem se casou em 1895, formando uma parceria que revolucionaria o campo da física e da química.

Descoberta da radioatividade

Aviso de radiação
Aviso de radiação (Crédito: lesston/shutterstock)

Em 1896, o físico Henri Becquerel descobriu que sais de urânio emitiam radiação espontaneamente. Intrigada, Marie Curie decidiu investigar esse fenômeno, cunhando o termo “radioatividade” para descrevê-lo.

Sua pesquisa revelou que a intensidade da radiação era proporcional à quantidade de urânio presente, sugerindo que a emissão era uma propriedade atômica. Essa descoberta foi fundamental para o desenvolvimento da física nuclear e ampliou a compreensão da estrutura atômica.

Isolamento de novos elementos: polônio e rádio

Prosseguindo suas investigações sobre materiais radioativos, Marie Curie, juntamente com Pierre, identificou em 1898 dois novos elementos: o polônio, nomeado em homenagem à Polônia, e o rádio, caracterizado por sua intensa radioatividade.

O isolamento desses elementos exigiu o processamento de toneladas de minério de urânio, demonstrando a determinação e o rigor científico do casal Curie. A descoberta do rádio, em particular, teve um impacto significativo na medicina, levando ao desenvolvimento de terapias de radiação para o tratamento de cânceres.

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Desenvolvimento de técnicas de isolamento de isótopos radioativos

Marie Curie desenvolveu métodos para isolar isótopos radioativos, permitindo a obtenção de substâncias puras para estudo e aplicação. Essas técnicas foram essenciais para avanços na medicina nuclear, possibilitando diagnósticos mais precisos e tratamentos eficazes. Sua abordagem meticulosa estabeleceu padrões para a pesquisa científica, influenciando gerações de cientistas.

Marie Curie / Crédito: Bettmann/Getty Images

Primeira mulher a receber o Prêmio Nobel e única a vencê-lo em duas áreas distintas

Em 1903, Marie Curie tornou-se a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Física, compartilhado com Pierre Curie e Henri Becquerel, por suas pesquisas sobre a radiação. Em 1911, foi laureada com o Nobel de Química pela descoberta do polônio e do rádio, tornando-se a única pessoa a ganhar o prêmio em duas áreas científicas diferentes.

Essas conquistas não apenas destacam sua excelência científica, mas também abriram caminho para a participação feminina na ciência, desafiando preconceitos e inspirando futuras gerações de mulheres cientistas.

Fundação do Instituto Curie e legado na pesquisa médica

Em 1920, Marie Curie fundou o Instituto Curie em Paris, dedicado à pesquisa médica e ao tratamento do câncer. O instituto rapidamente se tornou um centro de referência mundial em oncologia, combinando pesquisa básica e aplicada. Até hoje, o Instituto Curie continua a liderar avanços no entendimento e no tratamento de doenças oncológicas, refletindo o compromisso de Marie Curie com a ciência e a humanidade.

O legado de Marie Curie transcende suas descobertas científicas. Ela desafiou normas sociais, enfrentou adversidades e estabeleceu novos padrões de excelência na ciência. Sua vida e trabalho continuam a inspirar, lembrando-nos da importância da igualdade de oportunidades e do reconhecimento das contribuições femininas em todas as áreas do conhecimento.

Danilo Oliveira
Colaboração para o Olhar Digital

Danilo Oliveira é jornalista formado pela Universidade Cruzeiro do Sul, amante de jogos, quadrinhos e Puroresu. Atualmente é colaborador do Olhar Digital, podcaster e diretor de comunicação.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.