Uma falha grave no Windows está tirando o sono de especialistas em segurança. O problema, identificado em 2017, continua sendo explorado por hackers em todo o mundo, e a Microsoft, surpreendentemente, ainda não o corrigiu.
A vulnerabilidade afeta o processamento de arquivos LNK e tem sido usada em ataques cibernéticos que atingem diplomatas e órgãos oficiais na Europa, segundo a PCWorld.

O que está acontecendo
A falha, classificada como CVE-2025-9491, é uma vulnerabilidade do tipo dia zero – ou seja, uma brecha ainda sem correção oficial. Ela permite que hackers executem códigos maliciosos no sistema quando a vítima abre um simples arquivo LNK (aqueles atalhos usados pelo Windows).
Em uma postagem recente, especialistas da Arctic Wolf alertaram que o problema voltou a ser explorado em larga escala, com ataques na Bélgica, Holanda, Itália, Hungria e Sérvia no final de 2024.
O método de ataque é simples, mas eficiente. Os criminosos digitais enviam arquivos infectados, geralmente disfarçados em e-mails de phishing. Quando a vítima abre o arquivo, o sistema executa comandos que permitem acesso remoto ao computador.

Como o ataque costuma acontecer
Na nova onda de ataques, os invasores tentaram instalar um vírus Trojan capaz de controlar os dispositivos afetados e executar várias ações à distância.
- O hacker envia um arquivo LNK malicioso disfarçado de documento confiável.
- A vítima abre o arquivo, ativando o código escondido.
- O sistema é comprometido e o invasor obtém acesso remoto.
- O computador pode ser usado para espionagem, roubo de dados ou instalação de mais malwares.
Pesquisadores lembram que, no passado, grupos de hackers da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia já exploraram o mesmo tipo de falha para disseminar vírus semelhantes, conforme relatório da Trend Micro.

Microsoft continua em silêncio
Apesar dos alertas, a Microsoft ainda não lançou um patch de correção. Segundo especialistas, a empresa foi informada sobre a vulnerabilidade por meio do programa de recompensas da Trend ZDI, mas preferiu não se pronunciar.
Não está claro se o problema é técnico, burocrático ou estratégico. O fato é que a brecha permanece ativa há oito anos e continua sendo explorada por criminosos.
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Enquanto a correção oficial não vem, administradores e usuários do Windows devem redobrar a atenção. Especialistas recomendam bloquear a execução de arquivos LNK de fontes desconhecidas e manter o antivírus sempre atualizado.
Além disso, pequenas medidas podem fazer grande diferença, como desconfiar de anexos suspeitos, verificar remetentes e evitar abrir arquivos de origem duvidosa.