Ficar muito tempo em pé faz mal? Entenda os riscos

Ficar muito tempo em pé sem movimentar prejudica a circulação, provoca dores, varizes e até trombose venal
Por Kelvin Leão Nunes da Costa, editado por Layse Ventura 09/11/2025 05h20
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Homem cansado no trabalho / Crédito: Quality Stock Arts (shutterstock/reprodução)
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Todo mundo já ouviu falar que passar horas sentado faz mal, mas ficar muito tempo em pé também pode trazer problemas. Apesar de parecer uma postura inofensiva e até aparentemente mais saudável, permanecer parado por longos períodos atrapalha a circulação, causa inchaço nas pernas, dores musculares e, em casos mais sérios, pode levar a varizes ou trombose.

Neste artigo, você vai entender por que isso acontece e como se proteger desses efeitos.

Como o corpo reage ao ficar muito tempo em pé

Homem anda na sala com imagem focando no joelho
Imagem: Shutterstock AI

Pesquisas recentes, como a publicada no International Journal of Epidemiology, mostram que ficar em pé por longos períodos não traz grandes benefícios ao coração e pode até aumentar o risco de problemas circulatórios, como insuficiência venosa e varizes.

Quando permanecemos em pé sem nos movimentar, o sangue tende a se acumular nas pernas por causa da gravidade, um fenômeno conhecido como estase venosa. Isso dificulta o retorno do sangue ao coração e faz com que as veias trabalhem sob maior pressão.

Com o tempo, essa sobrecarga pode causar inchaço, sensação de peso e dores musculares. Em casos mais graves, surgem as varizes e até o risco de coágulos, que podem levar à trombose. Além disso, ficar muito tempo parado pode reduzir o fluxo sanguíneo e provocar tontura ou queda de pressão.

Principais efeitos de ficar muito tempo em pé

ilustração mostrando veias e artérias das pernas
ilustração mostrando veias e artérias das pernas
  • Inchaço e sensação de peso nas pernas: o acúmulo de sangue nos membros inferiores provoca edema, sensação de peso e desconforto.
  • Dores e fadiga muscular: manter o corpo ereto por longos períodos exige contração contínua dos músculos, causando dores nas pernas, costas e ombros.
  • Queda de pressão arterial (hipotensão ortostática): a permanência prolongada em pé reduz o retorno de sangue ao cérebro, podendo causar tontura e desmaios.
  • Infecções e inflamações nos membros inferiores: a má circulação compromete a imunidade local, aumentando o risco de úlceras varicosas e infecções de pele.
  • Maior risco de varizes e trombose: a pressão constante nas veias provoca dilatação e enfraquecimento das válvulas venosas, facilitando o surgimento de varizes e coágulos.

O que é trombose venosa profunda

Representação de trombose
Representação de trombose – Imagem: GEAP/Reprodução

A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição em que se formam coágulos de sangue nas veias profundas, geralmente nas pernas ou na pelve. Esses coágulos podem bloquear o fluxo sanguíneo, causando inflamação, dor e inchaço. Em casos mais graves, parte do coágulo pode se desprender e chegar aos pulmões, provocando uma embolia pulmonar, uma complicação potencialmente fatal.

O corpo possui dois tipos principais de veia: as superficiais, localizadas logo abaixo da pele; e as profundas, situadas entre os músculos e próximas aos ossos.

Quando o coágulo se forma em uma veia profunda, ele é chamado de trombo, e a condição recebe o nome de trombose venosa profunda. Já quando o problema ocorre em uma veia superficial, geralmente vem acompanhado de inflamação e é conhecido como tromboflebite superficial.

Principais causas e fatores de risco da trombose venosa

O que é trombose?
Imagem: Rabizo Anatolii / Shutterstock
  • Lesão nas veias: as veias podem ser danificadas durante cirurgias, traumas ou até por injeções com substâncias irritantes. Qualquer lesão na parede interna facilita a formação de coágulos.
  • Aumento da coagulação do sangue: doenças como câncer e distúrbios hereditários, além do uso de anticoncepcionais, hormônios e o tabagismo, aumentam a tendência à formação de coágulos, especialmente em pessoas idosas ou desidratadas.
  • Fluxo sanguíneo reduzido: o retorno do sangue ao coração depende da contração dos músculos das pernas. Quando ficamos muito tempo sem movimentá-las, seja sentados, deitados ou em pé sem andar, esse mecanismo é interrompido.

Por isso, pessoas acamadas, com mobilidade reduzida ou que passam longas horas em pé ou sentadas (como balconistas, caixas, professores e motoristas) têm maior risco de desenvolver trombose.

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Como prevenir os efeitos de ficar muito tempo em pé

Crédito: Joa Souza/Shutterstock

Para evitar os impactos negativos de permanecer em pé por longos períodos, é importante movimentar-se sempre que possível. Evite ficar imóvel por mais de 30 minutos: dê alguns passos, dobre os joelhos ou balance as pernas para estimular a circulação. Também é essencial fazer pausas regulares: se o trabalho exige que você fique em pé, alterne momentos sentado e pequenas caminhadas.

O uso de calçados confortáveis e bem ajustados ajuda a diminuir o impacto nas articulações e a reduzir a fadiga muscular. Além disso, praticar atividades físicas regularmente, pelo menos 30 minutos diários de exercícios moderados, ou 6 minutos de atividades intensas melhora a saúde cardiovascular e venosa.

Por fim, utilizar meias de compressão pode ser uma boa estratégia, pois elas facilitam o retorno venoso, diminuem o inchaço e ajudam a prevenir problemas como varizes e trombose.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

Kelvin Leão Nunes da Costa
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formado pela Anhembi Morumbi, ama futebol e cinema. Cursou engenharia antes de descobrir sua paixão pelo jornalismo. Atualmente é analista de conteúdo e colaborador no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.