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Jeff Lane, engenheiro e diretor do Lane Motor Museum, é dono de um Helicron – um carro movido a hélice cuja produção foi interrompida no fim da década de 1930. O modelo dele é de 1932.
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Já me chamaram de “rei do bizarro” e “padroeiro dos carros excêntricos”. O museu que fundei com minha coleção em 2002 tem cerca de 40 exemplares únicos, vários microcarros – todo tipo de coisa que, normalmente, você nunca viu antes.
Jeff Lane contou ao The Wall Street Journal.
Segundo Jeff, seu interesse não está no design dos carros, mas na engenharia por trás deles: “Minha formação é em engenharia mecânica, então, enquanto algumas pessoas adoram a estética dos carros, eu encontro beleza na tecnologia.”
A história do Helicron
Jeff explica que, nos anos 1920, a aviação dava seus primeiros grandes passos: aviões já levavam passageiros e correio, e o mundo estava fascinado. Na época, muitos acreditavam que as hélices seriam o futuro não só dos aviões, mas também dos veículos terrestres – e vários protótipos como o Helicron surgiram.
O exemplar que está no museu foi encontrado na Holanda por um amigo de Jeff.
“De acordo com o que sabemos, o carro ficou abandonado por décadas em um celeiro na França, até ser encontrado e restaurado com muitas peças originais. Meu amigo o comprou para nós e, desde então, está no museu.”
No entanto, a origem exata do veículo segue um enigma:
“Uma das coisas mais fascinantes sobre o Helicron é o mistério que o cerca. Não sabemos quem o construiu. Continuamos pesquisando e talvez um dia descubramos.”
Como é dirigir um Helicron em 2025?
Quando Jeff circula com o carro por Nashville, nos Estados Unidos, muitos acham que é uma brincadeira ou um veículo cenográfico; não acreditam que a hélice seja realmente o que o move. Mas ele funciona, e bem, para sua época.
“Imagine um lugar como o Kansas na década de 1930. Era plano, tinha poucas placas de pare, provavelmente nenhum semáforo e muito pouco trânsito. Você podia levar o Helicron a 65 km/h e sair dirigindo”, esclareceu.
O veículo usa gasolina e tem um funcionamento simples: não possui embreagem, apenas freio de pé e um acelerador manual (parecido com o de barcos) posicionado à esquerda do motorista. A ideia era permitir que, caso o condutor precisasse empurrar o carro em uma subida, conseguisse manter o controle do acelerador ao mesmo tempo.
Outras peculiaridades da direção:
- A direção é traseira, o que torna a condução um pouco instável.
- Não há suspensão dianteira, então ele “não gosta” de ruas esburacadas.
- Ao se aproximar de um semáforo, Jeff recomenda manter um pouco de embalo para evitar engasgos.
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Jeff usa o Helicron em encontros de carros antigos e em passeios curtos pelo centro da cidade, próximo ao museu. “Quando dou carona para as pessoas, elas se divertem muito, mas conseguem entender por que essa ideia não vingou”, comenta.
Ele resume o carro com humor:
“O Helicron acelera como um caracol e é tão barulhento quanto um avião e o melhor de tudo? Onde quer que vá, proporciona um momento de alegria às pessoas.”
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