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Luigi Galvani, médico italiano do século XVIII, investigava o funcionamento dos nervos em rãs utilizadas para estudos médicos. Durante uma dissecação, um de seus assistentes tocou o nervo de uma rã com um bisturi metálico e viu a perna se mover após uma faísca. Intrigado, Galvani passou a estudar o fenômeno e concluiu que havia uma forma de eletricidade nos tecidos animais.
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Para comprovar sua teoria, ele realizou experimentos que pareciam saídos de um filme de terror. Galvani pendurou as pernas de rãs dissecadas em ganchos metálicos expostos a tempestades, observando-as se contrair quando os relâmpagos cruzavam o céu. Depois, demonstrou que o movimento podia ser reproduzido conectando metais e nervos, criando um circuito elétrico — a base do galvanismo.
Esse conceito despertou a imaginação de Mary Shelley, que em 1818 publicou Frankenstein: ou o Prometeu Moderno. Na obra, a eletricidade se torna a força que dá vida à criatura criada pelo doutor Victor Frankenstein.

Dos sapos aos cadáveres humanos
Após a morte de Galvani, seu sobrinho Giovanni Aldini levou o galvanismo a um novo e perturbador nível. Determinado a provar o poder da eletricidade sobre a matéria viva, ele começou a aplicar choques em animais maiores — bois, cavalos e cães — e até em cadáveres humanos.
Segundo registros históricos, as demonstrações públicas de Aldini causavam horror e fascínio. Testemunhas relatavam que:
- Rostos de criminosos executados se contorciam com choques elétricos;
- Mãos se fechavam em punhos involuntários;
- Pernas e coxas se moviam como se tentassem andar.
Essas experiências influenciaram diretamente o imaginário de Shelley, que transformou o medo e a admiração pela eletricidade em um símbolo de poder e limite científico. A ideia de dar vida à matéria morta, tão presente em Frankenstein, nasceu dessa mistura de fascínio científico e terror existencial.

De Galvani à ficção imortal do Frankenstein
Hoje, o legado desses experimentos permanece como uma lembrança dos primórdios da neurociência e da bioeletricidade. O galvanismo não criou monstros reais, mas lançou as bases para entender como impulsos elétricos controlam o corpo — e inspirou uma das histórias mais duradouras da cultura moderna.
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Mais de dois séculos depois, “Frankenstein” continua vivo — não apenas como obra literária, mas como metáfora dos limites éticos da ciência.
As informações são do IFL Science.