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Por meio do relatório Global Cooling Watch 2025 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançado na terça-feira (11) na COP30, em Belém do Pará, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que a demanda global por ar-condicionado pode triplicar até 2050 devido a três fatores: ondas de calor extremo, crescimento populacional e aumento da riqueza global.
Se a previsão se concretizar, o PNUMA acredita que as emissões de gases de efeito estufa podem dobrar em relação aos níveis de 2022, “elevando as emissões de resfriamento para para cerca de 7,2 bilhões de toneladas de CO₂e até 2050”, destacou o programa.
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Principais destaques do relatório divulgado

O crescimento mais rápido por refrigeração deve ocorrer na África e Sul da Ásia. Diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, disse, em comunicado, que o acesso ao resfriamento deve ser uma infraestrutura essencial no futuro. “À medida que as ondas de calor mortais se tornam mais regulares e extremas, o acesso ao resfriamento deve ser tratado como infraestrutura essencial, juntamente com água, energia e saneamento”, afirmou.
Ela ainda comentou que há maneiras sustentáveis de enfrentar o calor: “Soluções passivas, energeticamente eficientes e baseadas na natureza podem ajudar a atender às nossas crescentes necessidades de resfriamento e manter as pessoas, as cadeias alimentares e as economias protegidas do calor à medida que buscamos metas climáticas globais. Não temos desculpa: é hora de acabar o calor”.
O resfriamento sustentável traz como principal objetivo justamente a utilização das técnicas passivas de resfriamento híbrido e de baixo consumo de energia, a qual faz uma combinação entre ventiladores e condicionadores de ar com baixo ou nenhum consumo de energia.
Caso as soluções passivas sejam adotadas, poderá haver uma economia de US$ 17 trilhões (aproximadamente R$ 90 trilhões) em gastos referentes à energia até 2050 e ainda evitar investimentos de até US$ 26 trilhões (cerca de R$ 137 trilhões) na ampliação da rede elétrica. Outro ponto é que as medidas podem diminuir em 64% as emissões de gases de efeito estufa previstas até 2050.