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Uma iniciativa inédita une nações amazônicas em prol da agenda climática global. A Aliança pelo Transporte Sustentável, Resiliente e Integrado na Amazônia foi lançada durante a COP30 para fortalecer a integração regional, descarbonizar os sistemas de transporte e alinhar a infraestrutura da região.
O grupo inclui o Brasil (representado pelos Ministério de Portos e Aeroportos e dos Transportes), Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Também participam da ação o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial.
O lançamento responde a desafios históricos enfrentados pela Amazônia, como baixa conectividade, infraestrutura precária, vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e altos custos logísticos. Ao propor um novo modelo de transporte, a iniciativa busca transformar o setor em vetor de desenvolvimento regional, promovendo adaptação climática e melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Eixos estratégicos
A atuação da Aliança será guiada por quatro eixos estratégicos que integram eficiência logística, inovação tecnológica e preservação ambiental:
- O primeiro busca ampliar a conectividade e o acesso a serviços básicos em comunidades isoladas, promovendo inclusão e mobilidade para populações que dependem do transporte fluvial como principal meio de deslocamento;
- O segundo eixo trata da logística multimodal, com foco em fortalecer corredores e cadeias logísticas sustentáveis, priorizando o transporte hidroviário e iniciativas que estimulem a bioeconomia na região;
- Também está prevista a implementação de infraestrutura verde, baseada em normas e soluções inspiradas na natureza, voltadas à redução de impactos socioambientais e à adaptação às mudanças climáticas;
- Por fim, o quarto eixo prioriza o aprimoramento do transporte fluvial, com ações voltadas à modernização dos serviços de passageiros e cargas em áreas urbanas e ribeirinhas, garantindo mais segurança, eficiência e inclusão social.

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Próximos passos
Os países signatários e instituições parceiras se comprometeram a elaborar o Plano de Ação Regional 2026–2030, que definirá metas e investimentos para a transformação do transporte sustentável e multimodal na Amazônia. O documento será articulado a programas internacionais em andamento, como o Amazônia Sempre e o Conexión Sur, do BID, e o Amazônia Viva, do Banco Mundial.

Está prevista ainda a criação de um Comitê Regional para a Transformação da Infraestrutura de Transporte Amazônica, responsável por coordenar e acompanhar a execução do plano, garantindo o alinhamento das ações aos compromissos climáticos globais e à agenda de descarbonização do setor.