Inédito: países se unem para descarbonizar transporte na Amazônia

Aliança responde a desafios históricos da região, como baixa conectividade, infraestrutura precária e eventos climáticos extremos
Por Bruna Barone, editado por Pedro Spadoni 12/11/2025 09h57
barco amazonia
Países signatários e instituições parceiras se comprometeram a elaborar o Plano de Ação Regional 2026–2030 (Imagem: Gino Tuesta/iStock)
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Uma iniciativa inédita une nações amazônicas em prol da agenda climática global. A Aliança pelo Transporte Sustentável, Resiliente e Integrado na Amazônia foi lançada durante a COP30 para fortalecer a integração regional, descarbonizar os sistemas de transporte e alinhar a infraestrutura da região. 

O grupo inclui o Brasil (representado pelos Ministério de Portos e Aeroportos e dos Transportes), Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Também participam da ação o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. 

O lançamento responde a desafios históricos enfrentados pela Amazônia, como baixa conectividade, infraestrutura precária, vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e altos custos logísticos. Ao propor um novo modelo de transporte, a iniciativa busca transformar o setor em vetor de desenvolvimento regional, promovendo adaptação climática e melhoria da qualidade de vida das populações locais. 

Amazônia vista de cima
Um dos eixos visa promover inclusão e mobilidade para populações que dependem do transporte fluvial (Imagem: Gustavo Frazao/Shutterstock)

Eixos estratégicos

A atuação da Aliança será guiada por quatro eixos estratégicos que integram eficiência logística, inovação tecnológica e preservação ambiental:

  • O primeiro busca ampliar a conectividade e o acesso a serviços básicos em comunidades isoladas, promovendo inclusão e mobilidade para populações que dependem do transporte fluvial como principal meio de deslocamento;
  • O segundo eixo trata da logística multimodal, com foco em fortalecer corredores e cadeias logísticas sustentáveis, priorizando o transporte hidroviário e iniciativas que estimulem a bioeconomia na região;
  • Também está prevista a implementação de infraestrutura verde, baseada em normas e soluções inspiradas na natureza, voltadas à redução de impactos socioambientais e à adaptação às mudanças climáticas;
  • Por fim, o quarto eixo prioriza o aprimoramento do transporte fluvial, com ações voltadas à modernização dos serviços de passageiros e cargas em áreas urbanas e ribeirinhas, garantindo mais segurança, eficiência e inclusão social.
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Plano vai priorizar o transporte hidroviário e iniciativas que estimulem a bioeconomia na região (Imagem: Marcos Mello/iStock)

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Próximos passos

Os países signatários e instituições parceiras se comprometeram a elaborar o Plano de Ação Regional 2026–2030, que definirá metas e investimentos para a transformação do transporte sustentável e multimodal na Amazônia. O documento será articulado a programas internacionais em andamento, como o Amazônia Sempre e o Conexión Sur, do BID, e o Amazônia Viva, do Banco Mundial.

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Ações também vão modernizar serviços de passageiros e cargas em áreas urbanas (Imagem: Jair Ferreira Belafacce/iStock)

Está prevista ainda a criação de um Comitê Regional para a Transformação da Infraestrutura de Transporte Amazônica, responsável por coordenar e acompanhar a execução do plano, garantindo o alinhamento das ações aos compromissos climáticos globais e à agenda de descarbonização do setor.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.