Google é alvo de investigação antitruste da União Europeia por sua política de spam

A big tech diz que as denúncias são equivocadas, pois vem agindo de acordo com a lei e criando condições de igualdade para os sites
Por Matheus Chaves, editado por Bruno Capozzi 13/11/2025 10h40
Google
Fachada do Google - (Imagem: Marieke Kramer/Shutterstock)
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De acordo com uma notícia veiculada pela Reuters nesta quinta-feira (13), o Google vem sofrendo uma investigação antitruste da União Europeia (UE), ou seja, uma ação que visa combater práticas que estão sendo realizadas pela big tech e prejudicando a concorrência no mercado. 

A investigação surge depois de editores afirmarem que a política de spam do Google prejudicou suas receitas. Caso as denúncias sejam comprovadas, a empresa norte-americana poderá ser multada severamente.

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Entenda a investigação

Martelo de juiz à frente; no fundo, bandeira da União Europeia
Caso as denúncias sejam comprovadas, a empresa norte-americana poderá ser multada. Shutterstock/Yavdat

Em março de 2024, o Google deu início a uma repressão contra empresas que utilizam seu algoritmo de busca para conseguir ficar melhor posicionadas do que outros sites.

A big tech realiza uma prática chamada SEO parasita. Ela consiste na publicação de páginas de terceiros em um site com o objetivo de abusar dos rankings de busca, aproveitando-se dos sinais de classificação do site anfitrião.

De acordo com a Comissão Europeia, o Google está afetando a visibilidade de sites e conteúdos de veículos de notícias e outras editoras nos resultados de pesquisa do Google quando esses sites incluem conteúdo de parceiros comerciais. 

Por meio de um comunicado, a chefe da autoridade antitruste da UE, Teresa Ribera, afirmou que a UE está preocupada “com o fato de as políticas do Google não permitirem que os editores de notícias sejam tratados de forma justa, razoável e não discriminatória em seus resultados de busca”.

“Vamos investigar para garantir que as editoras de notícias não estejam perdendo receitas importantes em um momento difícil para o setor e para garantir que o Google esteja em conformidade com a Lei dos Mercados Digitais (DMA)”, disse Ribera.

A investigação é conduzida pela DMA, que tem como objetivo conter o poder das big techs, que, caso estejam realmente realizando atos que violem as regras de mercado, deverão ser penalizadas com custos que podem atingir até 10% de suas vendas globais anuais. 

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De acordo com a Comissão Europeia, o Google está afetando a visibilidade de sites e conteúdos de veículos de notícias. (Imagem: RYO Alexandre / Shutterstock)

Google diz que investigação é equivocada

Em uma postagem no blog, Pandu Nayak, cientista-chefe da Busca do Google, afirmou que a investigação da UE é equivocada e corre o risco de gerar prejuízos para os usuários europeus. 

“A investigação não tem fundamento: um tribunal alemão já rejeitou uma queixa semelhante, decidindo que nossa política anti-spam era válida, razoável e aplicada de forma consistente”, disse Nayak.

O profissional ainda afirmou que a política anti-spam do Google auxilia na criação de condições equitativas, evitando que sites utilizem táticas enganosas para superar portais que competem conforme o mérito e o conteúdo próprios.

Matheus Chaves
Colaboração para o Olhar Digital

Matheus Chaves é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.