Lewandowski quer integração de segurança no Mercosul com foco em banco nacional de dados

Ministro da Justiça e da Segurança Pública destaca banco nacional e cooperação regional como pilares do combate ao crime no Mercosul.
Maurício Thomaz14/11/2025 05h30, atualizada em 14/11/2025 11h36
Lewandowski defende integração de dados e criação de banco nacional
Lewandowski defende integração de dados e criação de banco nacional (Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reforçou a necessidade de ampliar a integração entre os países do Mercosul no combate ao crime organizado. A declaração foi feita nesta quinta-feira (13), em Brasília, durante o anúncio de um acordo de cooperação regional voltado principalmente ao enfrentamento do tráfico de pessoas. Segundo ele, a estratégia só será efetiva com a consolidação de informações compartilhadas e ações coordenadas. As informações são da Agência Brasil.

No centro desse esforço está o Banco Nacional de Informações sobre o Crime Organizado, previsto no projeto de Lei Antifacção em análise na Câmara dos Deputados. Para Lewandowski, a criação desse banco de dados permitirá não apenas fortalecer o mapeamento de facções no Brasil, como também servir de base para um futuro sistema regional unificado entre os países-membros.

Cooperação regional como ferramenta estratégica

Lewandowski destacou que a integração entre as nações do Mercosul é um passo essencial para enfrentar crimes que ultrapassam fronteiras. Ele afirmou ter convicção de que a iniciativa brasileira pode evoluir para um banco de dados conjunto, reunindo informações sobre criminosos e integrantes de organizações transnacionais.

Lewandowski quer um banco de dados conjunto, que reúna informações sobre criminosos e integrantes de organizações transnacionais (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

A posição é compartilhada pelo ministro do Interior do Paraguai, Enrique Escudero, que reforçou que a cooperação é a chave no combate às facções. Ele avalia que, diante da capacidade de reinvenção do crime organizado, é necessário agir com mais criatividade e rapidez para evitar uma disputa desigual.

O encontro entre as autoridades também resultou em novas diretrizes estratégicas do Mercosul contra o crime organizado transnacional, com metas de curto, médio e longo prazo para ampliar a integração entre os Estados-membros.

Novos acordos e ações para segurança no bloco

Além das discussões sobre o banco nacional e a integração de dados, vários compromissos foram firmados entre os países do Mercosul. Entre eles, destacam-se:

  • Acordo de cooperação para enfrentar o tráfico de pessoas
  • Criação de comissão e estratégia conjunta contra o crime organizado
  • Declaração para reforçar a segurança do corredor viário bioceânico
  • Declaração voltada à vigilância de crimes ambientais
terminal de computador carregando ataque cibernético
Discussões sobre o banco nacional e a integração de dados estiveram entre as principais pautas do acordo (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Lewandowski classificou o acordo contra o tráfico de pessoas como um avanço importante, ressaltando que o crime frequentemente atinge pessoas indefesas. Já a Secretária de Seguridade Nacional da Argentina, Alejandra Montioliva, reforçou que nenhum país consegue enfrentar sozinho a complexidade atual do crime organizado, defendendo respostas articuladas e tecnicamente viáveis.

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O ministro paraguaio também destacou que práticas como cibercrimes, quase inexistentes há três décadas, hoje fazem parte central das discussões de segurança no Mercosul. Ele ainda lembrou que o tráfico de drogas continua sendo um dos maiores problemas do continente, afetando simultaneamente a segurança e a saúde pública.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.