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O acesso ao vulcão Sakurajima, na província de Kagoshima, sudoeste do Japão, está restrito após a montanha entrar em erupção na madrugada deste domingo (16), lançando uma coluna de fumaça a 4.400 metros de altura. A Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitiu aviso de queda de cinzas para partes das prefeituras de Kagoshima, Kumamoto e Miyazaki. Não há relatos de feridos ou danos até agora.
Foram registradas três explosões: a primeira por volta de 1h (16h de sábado pelo horário de Brasília), a segunda, às 2h30 (17h30 de sábado no Brasil), e a terceira por volta das 8h50 (20h50 de sábado no Brasil). Segundo autoridades, o vulcão entra em erupção com frequência. O registro da explosão mais recente ocorreu em 18 de outubro do ano passado. Já em 2019, uma coluna de fumaça alcançou 5,5 quilômetros de altura.
As cinzas dificultaram a operação no Aeroporto de Kagoshima, suspendendo o pouso de aeronaves. Com baixa visibilidade, voos de partida foram cancelados por causa de riscos operacionais, segundo a agência de notícias Kyodo.
Com 1.117 metros de altura, o vulcão faz parte do Parque Nacional Kirishima-Kinkowan. Sakurajima está ligado à Península de Osumi, em Kyushu, a principal ilha do sudoeste do país. Foi uma ilha por anos, mas um fluxo de lava criou uma ponte terrestre ligando-a ao continente em 1914.
Solo fértil
A fertilidade do solo vulcânico de Sakurajima contribui para o cultivo de espécies um tanto quanto… peculiares. A região é famosa pela produção do maior rabanete branco (daikon) do mundo, que pode chegar a 45 quilos, com uma circunferência de 119 centímetros. A origem do cultivo é incerta, mas acredita-se que tenha mais de 200 anos de história.
As sementes do daikon de Sakurajima são semeadas de agosto a setembro, e a colheita pode ser feita no ano seguinte, de janeiro a fevereiro. O daikon cresce por cerca de seis meses, o dobro do período de cultivo de um daikon comum, segundo o governo de Kyushu. É possível visitar as plantações em determinados períodos do ano.

Turistas também podem encontrar a menor laranja descascável do mundo (Sakurajima Komikan), com polpa macia e suculenta. Nas lojas de souvenirs, comerciantes também vendem macarrão “magma ramen” e “magma curry” com temática vulcânica, além de pratos feitos com ingredientes locais, como sashimi de lírio-do-mar.
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Nada incomum
Atualmente, o Japão possui 111 vulcões ativos (10% dos vulcões ativos do mundo), a maioria em parques nacionais. O arquipélago japonês está localizado no Círculo de Fogo do Pacífico. O país está situado em uma zona onde a crosta terrestre é extremamente instável, no encontro de quatro placas tectônicas: as placas do Pacífico, das Filipinas, da Eurásia e da América do Norte.

O Monte Fuji, o mais famoso de todos os vulcões do Japão, é um estratovulcão — formado por camadas sucessivas de lava endurecida e tefra (fragmentos de rocha ejetados durante uma erupção), além de pedra-pomes e cinzas. Com 3.776 metros de altitude, é o vulcão mais alto do Japão e sua última erupção ocorreu em 1707. Possui um cone incrivelmente simétrico, que permanece coberto de neve por quase metade do ano.