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Um britânico responsável por uma das invasões mais amplas da história do Twitter — hoje X — foi condenado a devolver milhões de libras em criptomoedas roubadas, segundo informa a BBC.
Joseph O’Connor, natural de Liverpool, foi sentenciado a restituir £4,1 milhões após participar do esquema que sequestrou mais de 130 contas de alto perfil em julho de 2020, entre elas as de Barack Obama, Joe Biden e Elon Musk.
O’Connor, então com 26 anos, fugiu para a Espanha — onde sua mãe mora — antes de ser preso e extraditado para os Estados Unidos.
Ele havia recebido pena de cinco anos por crimes cibernéticos, mas agora enfrenta o ressarcimento milionário, resultado de golpes cometidos com outros jovens envolvidos no ataque.

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Como o golpe funcionava
- Atuando sob o pseudônimo PlugwalkJoe, O’Connor e seus cúmplices infiltraram-se nos sistemas internos do Twitter após convencer funcionários a entregar dados de acesso.
- Com as ferramentas administrativas da plataforma, tomaram o controle de contas verificadas e se passaram por celebridades para publicar mensagens prometendo dobrar valores enviados em Bitcoin.
- A fraude teve alcance global: estima-se que 350 milhões de usuários visualizaram os tweets falsos e milhares transferiram criptomoedas acreditando participar de uma promoção legítima.
- Entre 15 e 16 de julho de 2020, os golpistas receberam 426 depósitos, somando mais de 12,86 BTC — então avaliados em US$ 110 mil, hoje equivalentes a cerca de US$ 1,2 milhão.

Restituição e novas suspeitas
Segundo o Serviço de Procuradoria da Coroa do Reino Unido (CPS), O’Connor acumulou ativos digitais não apenas no ataque ao Twitter, mas também em outras invasões praticadas com adolescentes que ele conheceu enquanto jogava Call of Duty on-line.
As autoridades recuperaram 42 Bitcoins e outras criptomoedas sob seu controle.
“O’Connor visava pessoas conhecidas e usava suas contas para enganar seguidores e roubar seus criptoativos”, afirmou Adrian Foster, procurador-chefe do CPS. “Mesmo sem condenação no Reino Unido, podemos garantir que criminosos não se beneficiem de seus atos.”
