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A Tesla conquistou uma importante vitória judicial na Califórnia, nos Estados Unidos, após o juiz Peter Borkon decidir que um grupo de 6 mil operários negros da fábrica de Fremont não pode mover uma ação coletiva contra a empresa, segundo a Reuters.
A decisão reverte um entendimento anterior e altera o rumo do processo, que se arrasta desde 2017. Segundo o tribunal, a ação não cumpriu os requisitos necessários para seguir como processo coletivo, já que os advogados dos trabalhadores não reuniram depoimentos suficientes antes do julgamento previsto para 2026.

O que motivou a disputa judicial
O processo foi iniciado por Marcus Vaughn, ex-funcionário da linha de montagem, que alegou ter sido alvo de condutas racistas dentro da fábrica da Tesla. Ele afirmou que trabalhadores negros eram expostos a insultos, pichações ofensivas e até cordas penduradas em seus postos de trabalho.
O caso ganhou força ao longo dos anos e chegou a ser certificado como ação coletiva por outro juiz em 2024. No entanto, Borkon avaliou que a certificação anterior se baseava na expectativa de que um julgamento em larga escala seria viável, algo que, segundo ele, não se confirmou.

Por que o juiz rejeitou a ação
De acordo com o Tribunal Superior da Califórnia, o ponto central foi a ausência de pelo menos 200 depoimentos representativos antes do julgamento. Para o magistrado, não era possível garantir que as experiências relatadas por um grupo menor refletiriam a realidade de todos os 6 mil operários incluídos no processo.
Sem essa base, o juiz determinou que o caso não poderia prosseguir como ação coletiva, obrigando os autores a recorrerem a processos individuais caso desejem continuar.
Em resumo, o juiz avaliou que:
- Não havia testemunhos suficientes para representar todo o grupo afetado.
- Um julgamento amplo não seria viável nas condições atuais.
- Experiências isoladas não poderiam ser aplicadas automaticamente a todos os trabalhadores.
- A certificação anterior dependia de pressupostos que não se sustentaram.

O que diz a Tesla sobre o assunto?
A Tesla não comentou a decisão mais recente, mas reiterou, em declarações anteriores, que não tolera assédio no ambiente de trabalho e já demitiu funcionários envolvidos em condutas racistas. A decisão ocorre em um momento em que a empresa ainda enfrenta outras acusações semelhantes.
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Além do processo movido por Vaughn, a fabricante também está na mira de ações abertas por órgãos públicos, incluindo uma investigação da Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego dos EUA (EEOC). Outro julgamento envolvendo uma agência de direitos civis da Califórnia também já está agendado.
Ou seja, mesmo com a vitória na ação coletiva, a Tesla ainda não encerrou seus desafios legais sobre discriminação.