Aviação aposta em lixo urbano para produzir combustível mais limpo

Estudo revela potencial global dos resíduos municipais para impulsionar combustíveis sustentáveis de baixo carbono
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 18/11/2025 06h50
lixo urbano
Imagem: Mimma Key/Shutterstock
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A aviação responde por 2,5% das emissões globais de carbono e deve ver sua demanda praticamente dobrar até 2040. Nesse cenário, a busca por alternativas ao querosene tradicional ganhou urgência.

O combustível de aviação sustentável (SAF) surge como uma das principais apostas, mas ainda representa menos de 1% do consumo mundial, limitado pelo alto custo e pela baixa oferta.

Um novo estudo publicado na Nature Sustainability aponta um caminho promissor: transformar resíduos sólidos urbanos (do lixo doméstico à fração orgânica) em uma matéria-prima eficiente e de baixo carbono para a produção de SAF.

Avião voando no céu
Resíduos sólidos urbanos podem reduzir em até 90% as emissões do setor aéreo, segundo nova pesquisa (Imagem: Tookapic/Pexels)

Um avanço baseado em resíduos urbanos

  • Pesquisadores da Universidade Tsinghua e do Projeto Harvard-China avaliaram o querosene produzido a partir de lixo urbano usando gaseificação em escala industrial e síntese Fischer-Tropsch.
  • Segundo a análise de ciclo de vida, a solução pode reduzir entre 80% e 90% das emissões em comparação ao combustível convencional.
  • “Transformar o lixo do dia a dia em combustível pode ser um passo inovador rumo a uma aviação mais limpa”, afirma Jingran Zhang, principal autor do estudo.
  • A ampliação dos sistemas de gaseificação, porém, continua sendo o maior desafio técnico.

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avião
Produção com base em resíduos sólidos urbanos poderia suprir quase um terço da demanda global de aviação – Imagem: Efired/Shutterstock

Impacto potencial e desafios globais

O estudo indica que o lixo urbano global poderia gerar até 50 milhões de toneladas de combustível por ano, reduzindo as emissões do setor em 16%. Com hidrogênio verde no processo, a produção poderia subir para 80 milhões de toneladas, cobrindo até 28% da demanda mundial.

Para Michael B. McElroy, coautor, “ampliar essa tecnologia exigirá colaboração entre governos, produtores e companhias aéreas”. Mesmo promissora, a expansão dependerá de políticas robustas e incentivos que tornem o SAF economicamente viável em escala.

Fumaça formando escrita CO2
Pressão por emissões zero acelera corrida por combustível feito de lixo (Imagem: Marharyta Kovalchuk/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.