Descoberta no campo magnético da Terra muda entendimento do espaço

Novo estudo revela que a magnetosfera tem cargas invertidas, e isso pode afetar previsões de tempestades solares
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 18/11/2025 20h40
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Imagem: Mopic/Shutterstock
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Cientistas descobriram que o pulso elétrico do campo magnético da Terra flui na direção oposta ao previsto por modelos tradicionais.

A revelação, baseada em novos dados de satélite e simulações avançadas, pode mudar como entendemos o clima espacial e suas consequências para tecnologias essenciais. As descobertas estão publicadas no Journal of Geophysical Research: Space Physics.

A magnetosfera (a bolha magnética que envolve o planeta) funciona como um escudo contra o vento solar, um fluxo contínuo de partículas emitidas pelo Sol.

Quando essas partículas colidem com o campo magnético terrestre, desencadeiam correntes e forças capazes de gerar fenômenos como auroras e tempestades que afetam satélites e redes elétricas.

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Resultados ajudam a refinar modelos e podem orientar proteção de satélites e redes elétricas – Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock

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Inversão de polaridade intriga pesquisadores

  • Por décadas, acreditava-se que a carga positiva se concentrava no lado da Terra voltado para a manhã e a carga negativa no lado voltado para o entardecer.
  • Mas uma equipe liderada por Yusuke Ebihara, da Universidade de Kyoto, observou o oposto: o lado matutino apresenta carga negativa, enquanto o vespertino é positivo.
  • O achado surgiu da análise de dados da missão Magnetospheric Multiscale (MMS), da NASA, dedicada a investigar como a energia solar é transferida para o espaço próximo à Terra durante a reconexão magnética – processo que alimenta tempestades geomagnéticas.
Polaridade anômala da magnetosfera abre caminho para rever teorias sobre o clima espacial (Imagem: Elena11/Shutterstock)

Impacto nos modelos e em outros planetas

Simulações complementares mostraram que, perto do equador, a polaridade se inverte em larga escala devido ao movimento do plasma guiado pelas linhas do campo magnético. Segundo Ebihara, a distribuição de carga é consequência direta desse movimento, e não de eletricidade estática.

Além de refinar modelos terrestres, os resultados podem ajudar a compreender magnetosferas gigantes como as de Júpiter e Saturno, que interagem com o vento solar de forma semelhante.

Pesquisadores detectam circulação inesperada de cargas no espaço que envolve a Terra – Imagem: NASA
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.