Incêndios em unidades de conservação caem ao segundo menor nível da história

Monitoramento ampliado e avanços no manejo do fogo ajudam a reduzir danos em 2025, apesar da seca prolongada
Leandro Costa Criscuolo18/11/2025 19h06
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(Imagem: Toa55 / Shutterstock.com)
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O período de seca de 2025, considerado o mais crítico para incêndios florestais, terminou com 434,3 mil hectares queimados em unidades de conservação. Embora o número seja alto, ele representa o segundo menor registro da série histórica, atrás apenas de 2018.

O dado ganha ainda mais relevância porque, neste ano, 79 unidades foram monitoradas, mais que o dobro das 39 acompanhadas em 2018.

Segundo João Morita, coordenador do Centro Especializado em Manejo Integrado do Fogo (CEMIF), os resultados refletem avanços importantes. “Quase dobramos a quantidade de unidades monitoradas, o que melhora nosso poder de análise e gera dados mais realistas”, afirmou.

Número de áreas atingidas é o menor em sete anos, mesmo com quase o dobro de unidades monitoradas (Imagem: Alaskagirl8821/Shuttestock)

Avanços no manejo e impactos por bioma

  • Para Morita, os números consolidam uma mudança no paradigma de gestão do fogo, com maior foco em planejamento e uso controlado. Instrumentos jurídicos como os Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIFs), além de treinamentos e capacitações, contribuíram para o resultado.
  • Do total queimado, 95% ocorreram no Cerrado, que registrou 414,2 mil hectares atingidos. A Amazônia aparece em seguida, com 9,7 mil hectares, e a Mata Atlântica, com 9,3 mil.
  • Caatinga e Pampa somam pouco mais de mil hectares. Mesmo com possível revisão, os números não devem ultrapassar os 568 mil hectares de 2013.

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Brasil registra avanço no combate ao fogo em unidades de conservação – Imagem: Vera da Cal/Shutterstock

Integração e resposta mais rápida em campo

As ações de manejo somaram 265,9 mil hectares em 2025, distribuídos por 32 unidades. O Cerrado concentrou mais de 86% desse trabalho, seguido pela Amazônia, que teve área manejada superior à área afetada por incêndios.

O ano também foi marcado por maior integração entre agências e resposta mais rápida, com operações destacadas na Chapada dos Veadeiros, no Araguaia e no Distrito Federal, incluindo o Parque Nacional e a Floresta Nacional de Brasília.

Ações de manejo e monitoramento ampliado ajudam a conter incêndios durante a estação seca de 2025 – Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.