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Há menos de dois anos, o TikTok era tratado como ameaça urgente em Washington. Líderes do Comitê Seleto da Câmara sobre a China o comparavam a um “fentanil digital”, acusando o aplicativo de manipular jovens e servir a interesses de Pequim.
Em meio a reuniões sigilosas e alertas de segurança nacional, parlamentares aprovaram com rapidez uma lei bipartidária obrigando a ByteDance a vender o aplicativo ou enfrentar uma proibição nos Estados Unidos.

Pressão diminui e acordo segue indefinido
- Quase um ano após o prazo final para o banimento, o TikTok continua disponível — consequência direta da decisão do governo Donald Trump de prorrogar sucessivamente a aplicação da lei.
- A venda prometida a investidores americanos permanece travada, e muitos dos congressistas que impulsionaram a medida agora evitam comentar o impasse.
- Entre quase uma dúzia de legisladores procurados pelo The Verge, apenas a senadora Maria Cantwell respondeu, afirmando que o Congresso ainda não recebeu informações claras sobre como uma venda impediria danos potenciais associados aos algoritmos do TikTok.
- O restante manteve silêncio diante do prolongado descumprimento da lei — uma postura que, para analistas, revela desconforto em confrontar a Casa Branca.
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Detalhes nebulosos e dúvidas legais
O governo alega que o aplicativo está “prestes” a ser vendido, mas o acordo desenhado até agora levanta mais perguntas do que respostas.
A nova entidade americana seria avaliada em US$ 14 bilhões e controlada majoritariamente por empresas sediadas nos EUA, enquanto a ByteDance manteria participação minoritária.
Ainda não se sabe se a China permitirá a venda nem se o licenciamento do algoritmo — ponto central da negociação — atende às exigências da lei de desinvestimento, que proíbe vínculos operacionais com a empresa chinesa.
Parlamentares como John Moolenaar expressam preocupação, mas aguardam detalhes do governo.
Por ora, após meses de retórica dura, o Congresso observa à distância enquanto Trump redefine os termos da negociação — e ignora uma lei aprovada por ampla maioria, sem enfrentar resistência significativa de seus autores.

A análise original foi publicada no The Verge.