Big techs enfrentam pressão financeira à medida que gastos com IA disparam

Microsoft, Google e Amazon veem caixa encolher, dívidas subirem e investidores repensarem o modelo de negócios do setor
Leandro Costa Criscuolo18/11/2025 06h00
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Imagem: Tada Images/Shutterstock
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As maiores empresas de tecnologia vivem um momento paradoxal: apresentam resultados sólidos, mas veem sua estrutura financeira ser remodelada por investimentos bilionários em inteligência artificial, como explica uma análise do Wall Street Journal.

Microsoft, Google (Alphabet) e Amazon já destinaram mais de US$ 600 bilhões à tecnologia desde 2023 — e podem ultrapassar US$ 1 trilhão em quatro anos, caso as projeções se confirmem.

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Gastos que podem chegar a US$ 1 trilhão em quatro anos redesenham balanços e aceleram uma transição para operações mais intensivas em capital – Imagem: thanmano/Shuterstock

Efeito imediato no caixa e na estrutura de custos

  • Apesar de lucros robustos, o ritmo acelerado de investimentos começa a pesar.
  • A Microsoft viu sua fatia de caixa cair de 43% do total de ativos em 2020 para 16% neste ano.
  • Alphabet e Amazon enfrentam trajetória semelhante, com reservas financeiras encolhendo enquanto os ativos aumentam puxados por infraestrutura de IA.

Os fluxos de caixa também mostram desgaste: Alphabet e Amazon devem fechar o ano com valores menores do que em 2023.

A Microsoft, embora registre alta técnica, teria queda se incluísse arrendamentos de data centers em seu cálculo. E não deve parar: as três empresas planejam mais de US$ 400 bilhões em gastos combinados já em 2025.

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Com despesas recordes em data centers e chips, investidores começam a avaliar o setor com métricas inéditas e menos tolerância ao risco (Imagem: chayanuphol/Shutterstock)

Modelo de negócios em transição — e investidores mais cautelosos

A pressão sobre o caixa e o avanço do endividamento — como a emissão de US$ 30 bilhões pela Meta e US$ 18 bilhões pela Oracle — marcam uma mudança estrutural.

Analistas afirmam que o setor começa a se aproximar de indústrias intensivas em capital, como a de semicondutores, nas quais escolhas tecnológicas erradas podem custar caro.

Para investidores, o recado é claro: a avaliação das big techs passa a depender mais de métricas como usuários de IA e contratos futuros, e menos da escalabilidade típica do software.

A reação recente do mercado, com quedas nas ações de Amazon e Google, indica que a paciência com apostas ainda não rentáveis em IA tem limites — e decisões estratégicas difíceis serão inevitáveis nos próximos anos.

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Lideradas por Microsoft, Amazon e Alphabet, empresas enfrentam desgaste financeiro e precisam reavaliar prioridades de investimento – (Imagem: gguy/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.