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Pesquisadores da Universidade do Texas em Dallas desenvolveram uma nova abordagem para resolver um dos problemas mais incômodos da realidade aumentada: a digitação em teclados virtuais. Superfícies digitais costumam ser lentas, imprecisas e desconfortáveis, além de causarem fadiga muscular (o chamado “gorilla arm”) quando o usuário precisa manter os braços erguidos por longos períodos.
A solução apresentada, chamada PropType, promete alterar esse cenário ao permitir que objetos comuns do cotidiano se tornem teclas utilizáveis dentro do ambiente de realidade aumentada. A tecnologia está em processo de patente e se adapta até mesmo a superfícies curvas, criando uma integração mais natural entre o físico e o digital.
Objetos do cotidiano viram superfícies de digitação
De acordo com os pesquisadores, o PropType projeta um teclado virtual sobre itens que o usuário já segura nas mãos, como garrafas, canecas, livros ou latas. O objetivo é aproveitar o tato desses objetos para oferecer uma confirmação mais precisa ao pressionar cada tecla – algo que reduz a dependência de pistas visuais, comum em teclados virtuais tradicionais.
O professor Jin Ryong Kim explica que essa integração cria uma experiência mais intuitiva: ao utilizar objetos familiares, o processo de digitação se torna mais natural, principalmente em cenários móveis ou que exigem mãos livres. A proposta também elimina a necessidade de teclados externos, que quebram a imersão típica da realidade aumentada.
Além do desenvolvimento da tecnologia, os pesquisadores analisaram como 16 participantes seguravam diferentes objetos e interagiam com eles. A partir disso, criaram layouts personalizados de teclado e uma ferramenta de edição que permite ajustar as configurações e efeitos visuais conforme a preferência do usuário.

Principais vantagens do PropType:
- Usa objetos já presentes no ambiente;
- Reduz erros e aumenta a confirmação tátil;
- Evita cansaço muscular comum na digitação no ar;
- Mantém a experiência imersiva da realidade aumentada;
- Permite personalização de layout e visual.
Pesquisas em tato e novas interfaces para AR e VR
O PropType foi apresentado em eventos internacionais de grande relevância, como a ACM CHI Conference e o ACM Symposium on User Interface Software and Technology. A equipe recebeu menção honrosa de Melhor Artigo, reforçando o potencial da solução para o futuro das interfaces digitais.
O trabalho faz parte de um conjunto mais amplo de pesquisas lideradas por Kim, que explora como sensações táteis – vibrações, calor e outros estímulos físicos – podem tornar experiências de realidade aumentada e virtual mais imersivas. Um dos estudos recentes da equipe envolve mascaramento térmico, técnica capaz de “enganar” o cérebro a sentir calor ou frio em áreas onde o estímulo real não está sendo aplicado.
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Esses avanços podem impactar desde sistemas de entretenimento até simulações médicas, criando interações digitais mais realistas e quase palpáveis.