Consumo diário de ultraprocessados acende alerta para câncer de intestino

Estudo com mais de 29 mil participantes aponta aumento de até 45% na probabilidade de desenvolver lesões precursoras do câncer
Leandro Costa Criscuolo21/11/2025 05h10
comida ultraprocessada
Imagem: Successful photographer/Shutterstock
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Uma nova pesquisa sugere que mulheres com menos de 50 anos que consomem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados (AUPs) têm maior probabilidade de desenvolver pólipos intestinais que podem anteceder o câncer.

Esses produtos industrializados, geralmente ricos em gordura saturada, açúcar, sal e aditivos, têm baixa densidade nutricional e já foram associados a doenças cardíacas e mortalidade precoce.

Médico apontando caneta para parte de dentro de maquete de intestino grosso
Pesquisa mostra que dietas pobres em nutrientes e ricas em aditivos podem influenciar o aparecimento de adenomas (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Risco 45% maior entre as maiores consumidoras

  • O estudo, publicado no JAMA Oncology, analisou dados de 29.105 participantes do Estudo de Saúde das Enfermeiras II, nos EUA.
  • Todas haviam preenchido questionários alimentares desde 1991 e realizado colonoscopias ao longo do período, sem histórico prévio de pólipos ou câncer.
  • Os pesquisadores identificaram 1.189 casos de adenomas convencionais de início precoce, um tipo comum de pólipo intestinal.
  • As mulheres que consumiam mais ultraprocessados — cerca de 9,9 porções por dia — apresentaram um risco 45% maior em comparação ao grupo que comia menos, mesmo após ajustes para fatores como IMC, atividade física e tabagismo.
  • Não foi encontrada associação entre o consumo de AUPs e outro tipo de pólipo, as lesões serrilhadas.

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Desenho de um intestino
Resultados reforçam necessidade de políticas que incentivem dietas mais saudáveis entre mulheres abaixo dos 50 anos (Imagem: mi_viri/Shutterstock)

Mecanismos ainda não estão totalmente claros

Os autores destacam limitações, como a dependência da memória alimentar e a dificuldade de classificar alimentos como ultraprocessados.

Ainda assim, apontam mecanismos plausíveis: esses produtos têm sido ligados a distúrbios metabólicos, inflamação crônica e alterações na microbiota intestinal, fatores que podem favorecer o surgimento de lesões precursoras do câncer.

O pesquisador Andrew Chan ressalta que os resultados não significam que consumir ultraprocessados levará inevitavelmente ao câncer, mas ajudam a explicar o aumento de casos intestinais em adultos jovens.

Especialistas afirmam que políticas públicas que facilitem o acesso a dietas mais saudáveis são essenciais para reduzir riscos futuros.

Nova evidência liga ultraprocessados a lesões intestinais pré-cancerígenas (Imagem: TY Lim/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.