OpenAI está proibida de dizer esta palavra

'Participação especial' dentro do aplicativo Sora terá que mudar de nome
Vitoria Lopes Gomez24/11/2025 12h22
openai sora 2
(Imagem: Algi Febri Sugita / Shutterstock.com)
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A Cameo, empresa de mensagens de vídeo gravadas por celebridades, conseguiu uma liminar para proibir a OpenAI de usar a palavra “cameo” por um mês. O termo dava nome a um recurso popular dentro do Sora, rede social de vídeos gerados por IA.

A proibição dura até pouco depois da audiência marcada sobre o caso, que vai discutir um possível uso de propriedade intelectual da Cameo pela OpenAI.

cameo empresa
Empresa Cameo vende vídeos personalizados gravados por celebridades (Imagem: Cameo/Reprodução)

O que é Cameo?

A palavra “cameo” não tem tradução literal. Trata-se de uma aparição especial, normalmente de celebridades, atores e personagens em filmes e séries, por exemplo.

Cameo também é o nome de uma empresa de encomenda de recados em vídeos vindos de celebridades. Na prática, o usuário compra uma mensagem gravada por seu artista de escolha (contanto que ele esteja cadastrado na plataforma).

A palavra também dá nome a um recurso dentro da rede social Sora, da OpenAI. Nessa opção, os usuários podem inserir a si mesmas ou personagens gerados por IA dentro de seus vídeos – por isso, uma espécie de participação especial.

Mulher olhando para o app do Sora em um smartphone que ela está segurando
Recurso Cameo cria participações especiais dentro do Sora (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

OpenAI proibida de usar o termo

O Tribunal Distrital dos Estados Unidos para a Califórnia aceitou um pedido de liminar da empresa Cameo contra a OpenAI, que impede a desenvolvedora de usar o termo em seus produtos.

A informação foi dada pelo CEO e co-fundador da Cameo, Steven Galanis, em publicação no X. Segundo ele, a decisão mostra a “necessidade de proteger os consumidores da confusão criada pela OpenAI ao usar a marca registrada Cameo”, bem como proteger a propriedade intelectual da empresa.

A proibição é temporária, até o dia 22 de dezembro. Uma audiência sobre o caso está marcada para 19 de dezembro.

Não é a primeira polêmica envolvendo o Sora

O aplicativo Sora foi lançado no final de setembro. Trata-se de uma rede social com o mesmo nome do modelo de IA de geração de vídeos da OpenAI. O objetivo é criar uma rede social justamente para compartilhar os vídeos gerados artificialmente.

Leia mais:

Desde o lançamento, a plataforma gerou polêmicas:

  • Ainda no final de setembro, uma versão atualizada do modelo Sora permitia o uso de material protegido por direitos autorais. Nesse caso, os próprios atores e celebridades teriam que pedir manualmente a exclusão de suas imagens do sistema. O Olhar Digital deu os detalhes aqui;
  • Pouco tempo depois, imagens retratando Martin Luther King Jr. e Robbie Williams (ambos falecidos) começaram a aparecer na rede social. As famílias tiveram que se manifestar repudiando os casos. Veja os detalhes neste link;
  • Agências de atores de Hollywood também já se pronunciaram. A Creative Artists Agency (CAA), uma das principais do ramo, já havia demonstrado preocupação com o uso da imagem de artistas sem autorização, dizendo que OpenAI estava os expondo a “riscos significativos” com o Sora 2;
  • Mais recentemente, o ator Bryan Cranston, de Breaking Bad, alertou o sindicato de atores de Hollywood que sua voz e imagem estavam sendo usados sem autorização dentro do Sora 2. Ele concordou em trabalhar com a OpenAI para combater deepfakes no aplicativo. Saiba mais aqui.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

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