Telescópio no Chile captura imagem deslumbrante de “borboleta cósmica”

Essa "borboleta cósmica" é, na realidade, a nebulosa planetária NGC 6302, ou Nebulosa Borboleta, onde reside uma estrela anã branca
Por Bruno Ignacio de Lima, editado por Rodrigo Mozelli 26/11/2025 23h19
Borboleta cósmica é, na verdade, a Nébula planetária NGC 6302 em imagem recente capturada no Chile
Borboleta cósmica é, na verdade, a Nébula planetária NGC 6302 em imagem recente capturada no Chile (Imagem: NSF NOIRLab)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Um telescópio no Chile capturou recentemente uma imagem inédita e impressionante de uma estrutura que se assemelha a uma grande borboleta vagando pelo cosmos. A fotografia, que revela detalhes fascinantes do universo, foi divulgada nesta quarta-feira (26) pelo NOIRLab, o laboratório de pesquisa astronômica da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos.

A imagem foi registrada no mês passado pelas lentes poderosas do telescópio Gemini South. O objeto celeste em destaque é chamado de Nebulosa Borboleta, uma formação gasosa espetacular que parece uma verdadeira “borboleta cósmica“. O novo registro oferece uma visão privilegiada de um dos fenômenos mais bonitos da nossa galáxia.

Imagem da Nebulosa da Borboleta feita pelo Telescópio Espacial Hubble (Imagem: NASA/ESA/Equipe Hubble SM4 ERO)

Leia mais:

Por que a Nebulosa Borboleta parece uma borboleta cósmica?

  • Localizada na constelação de Escorpião, a Nebulosa Borboleta encontra-se a uma distância estimada entre 2,5 mil e 3,8 mil anos-luz da Terra. Para se ter uma ideia da imensidão dessa distância, vale lembrar que apenas um ano-luz equivale a cerca de 9,6 trilhões de quilômetros;
  • No coração dessa nebulosa bipolar, reside uma estrela anã branca, um remanescente estelar que, há muito tempo, expulsou suas camadas externas de gás;
  • Esse gás descartado pela estrela é o responsável por formar as “asas” que vemos na imagem, criando uma silhueta que lembra uma borboleta;
  • O material se expande e ondula a partir da estrela envelhecida localizada no centro.

A região central da Nebulosa da Borboleta e seu toro empoeirado, fotografados pelo James Webb, que consegue ver através de grande parte da poeira e revelar detalhes inéditos (Imagem: ESA/Webb/NASA & CSA/M. Matsuura/ALMA [ESO/NAOJ/NRAO]/ N. Hirano e M. Zamani [ESA/Webb])

É o intenso calor emanado por essa anã branca que faz com que o gás brilhe intensamente, resultando nas cores e formas “ondulantes” capturadas com precisão pelo equipamento no Chile.

Imagem é resultado de iniciativa com estudantes no Chile

Este registro astronômico carrega um significado especial que vai além da ciência pura. O alvo não foi escolhido aleatoriamente pelos cientistas, mas, sim, selecionado por crianças em idade escolar no Chile.

A iniciativa fez parte das comemorações dos 25 anos de operação do Observatório Internacional Gemini, conectando a comunidade local com a pesquisa de ponta realizada no Chile.

Vista aérea do telescópio chileno
Telescópio chileno foi o responsável pelo clique (Imagem: Reprodução)
Bruno Ignacio de Lima
Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia e conteúdo perene. Atualmente, é colaborador no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.