Câmara dos EUA exige explicações da Anthropic após ciberataque com IA

CEO Dario Amodei é chamado a depor sobre operação atribuída à China que teria usado o modelo Claude para invadir dezenas de alvos globais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 26/11/2025 23h40, atualizada em 26/11/2025 23h47
Ao fundo, Dario Amodei, cuja imagem está borrada; à frente, logo do Claude AI em um smartphone
(Imagem: El editorial/Shutterstock)
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O Comitê de Segurança Interna da Câmara dos EUA pediu que o CEO da Anthropic, Dario Amodei, deponha em 17 de dezembro sobre um ataque cibernético atribuído a agentes ligados à China que teriam usado a inteligência artificial (IA) da startup. As informações são da Axios.

Também foram convocados o CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, e o CEO da Quantum Xchange, Eddy Zervigon. Caso Amodei participe, será a primeira vez que um executivo da Anthropic comparece ao Congresso.

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Anthropic sob pressão: deputados investigam uso do Claude em ciberataque global (Imagem: JRdes/Shutterstock)

Ataque sofisticado com uso de IA — e a Anthropic detectou

  • Em um relatório de 13 de novembro, a Anthropic afirmou ter identificado, em setembro, uma “campanha de espionagem altamente sofisticada”.
  • A empresa disse que o grupo, supostamente apoiado pelo Estado chinês, explorou o recurso Claude Code para automatizar invasões contra cerca de 30 alvos, incluindo empresas de tecnologia, instituições financeiras, indústrias químicas e órgãos governamentais.
  • Para a companhia, trata-se do primeiro ataque em larga escala conduzido com mínima intervenção humana.

O episódio foi classificado como um avanço no chamado “hacking vibe”, fenômeno em que usuários sem formação técnica utilizam IAs generativas para desenvolver e executar códigos — uma tendência que vem crescendo.

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Convocação de CEO ocorre após relatório apontar que invasões foram conduzidas quase sem intervenção humana (Imagem: Ahyan Stock Studios/Shutterstock)

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Debate sobre riscos e defesas

A Anthropic argumenta que as mesmas capacidades que podem ser usadas para ataques também tornam Claude essencial para a defesa cibernética, auxiliando na detecção e análise de incidentes complexos. A equipe interna de inteligência usou amplamente o modelo durante a investigação.

Para o presidente do comitê, Andrew Garbarino, o caso representa um alerta: adversários estrangeiros já conseguem utilizar sistemas comerciais de IA para operações quase autônomas. Procurada pela Axios, a Anthropic não comentou a audiência.

Logo do Claude em um smartphone
Comitê de Segurança Interna diz que operação conduzida com a ajuda do Claude marca nova fase do cibercrime automatizado (Imagem: Ahyan Stock Studios/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.