Quando usar vacinas fracionadas? Novo estudo traz respostas

Cientistas mostram como dividir doses de vacinas em falta pode ser mais eficaz do que esperar por novos estoques
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 27/11/2025 06h10
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Imagem: MargJohnsonVA/Shutterstock
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Um novo estudo mostra que aplicar vacinas em doses fracionadas durante surtos pode reduzir significativamente o número de infecções, especialmente quando há falta de doses ou dificuldades de distribuição.

A pesquisa, intitulada “Quando as vacinas em doses fracionadas devem ser usadas?”, é assinada por Francis de Véricourt, professor da ESMT Berlin, e por Jérémie Gallien e Naireet Ghosh, da London Business School.

O artigo, aceito pela revista Manufacturing & Service Operations Management, combina modelos epidemiológicos e de logística para orientar decisões de vacinação em cenários reais.

tubos de ensaio
Modelo matemático combina epidemiologia e logística e indica cenários em que reduzir a dose protege mais gente (Imagem: Inna Dodor / Shutterstock.com)

Como o modelo funciona

  • Os autores criaram uma simulação que considera limitações comuns em campanhas de vacinação, como estoques restritos, atrasos na entrega e capacidade reduzida de aplicação.
  • O estudo mostra que doses fracionadas (que usam menos antígeno) podem diminuir infecções mesmo sendo ligeiramente menos eficazes do que as doses completas.
  • Elas se tornam especialmente úteis quando o fornecimento é escasso ou a aplicação é lenta, permitindo vacinar mais pessoas rapidamente.
  • Porém, quando o suprimento é amplo ou a capacidade operacional é o principal limite, as doses completas permanecem a melhor escolha.

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Pesquisadores explicam por que doses fracionadas funcionam em pandemias (Imagem: Peter Hansen/iStock)

Impacto em surtos reais

Dois estudos de caso ilustram o potencial da estratégia. Na temporada de gripe de 2004-2005 nos EUA, o uso de doses fracionadas poderia ter evitado 32 milhões de infecções adicionais.

Na campanha de COVID-19 na Nigéria, onde faltavam vacinas, a estratégia ideal poderia ter aumentado em 131% o total de casos evitados, isto é, cerca de 11 milhões.

“Vacinas em doses fracionadas podem ampliar o alcance de recursos limitados”, afirma De Véricourt. Segundo ele, os resultados oferecem uma orientação prática para governos decidirem quando vale a pena adotar doses menores para proteger mais pessoas.

Médico com uma serunga
Novo modelo indica quando doses menores evitam mais infecções (Imagem por pedro7merino – Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.