Deepfakes impulsionadas por IA disparam 1.740% e tornam golpes praticamente imperceptíveis

Golpes geram prejuízos financeiros em diversas pessoas, chegando ao prejuízo médio de centenas de dólares por pessoa nos EUA
Por Matheus Chaves, editado por Bruno Capozzi 27/11/2025 13h36
Deepfake
O avanço da tecnologia de inteligência artificial pode ser utilizada em diversas coisas boas para as pessoas, mas também vem servindo como arma para criminosos (Imagem: FAMILY STOCK/Shutterstock)
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O avanço das ferramentas de inteligência artificial criou um cenário em que a aparência de autenticidade é tão convincente que a simples percepção do usuário já não basta para diferenciar conteúdo verdadeiro de fraude. Um levantamento realizado pela empresa de segurança McAfee revela que o problema dos golpes com o uso de deepfakes — técnica que possibilita alterar um vídeo ou imagem com auxílio de inteligência artificial (IA) — é extremamente alarmante.

Resultados da pesquisa

  • 46% dos norte-americanos já se depararam com algum tipo de golpe apoiado por IA durante compras na internet.
  • Entre eles, 39% afirmam que os vídeos adulterados se tornaram significativamente mais complexos, dificultando a identificação. 
  • A pesquisa mostra ainda que um em cada cinco consumidores nos EUA já foi vítima de fraudes durante períodos festivos, com prejuízo médio de US$ 840 (cerca de R$ 4,5 mil) por pessoa.
  • Apesar de 38% dos entrevistados acreditarem que são capazes de reconhecer uma investida criminosa, 22% admitiram ter sido enganados em algum momento.
  • Os números também apontam uma escalada impressionante: somente nos EUA, desde 2024, o volume de deepfakes usados em golpes no país cresceu 1.740%.
deepfakes
Os conteúdos audiovisuais criados pro criminosos estão cada vez mais bem elaborados
(Imagem: MDV Edwards/Shutterstock)

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Deepfake envolvendo a Taylor Swift

A McAfee destacou em seu YouTube um dos episódios mais emblemáticos e recentes, o qual envolveu a cantora Taylor Swift, cantora e compositora muito bem sucedida no mundo da música.

Criminosos utilizaram uma montagem digital da artista para promover falsamente a distribuição gratuita de panelas da marca Le Creuset — item que ela realmente aprecia — explorando a confiança dos fãs e o apelo da celebridade.

No vídeo abaixo, a McAfee, demonstrou uma detecção avançada de áudio deepfake para identificar golpe de Taylor Swift gerado por meio de inteligência artificial.

O mecanismo dessas fraudes costuma seguir um padrão conhecido. As imagens e vídeos manipulados direcionam o público para páginas falsas que simulam sites, logins e formulários de pagamento legítimos, muitas vezes alterando apenas detalhes mínimos, como um traço ou vírgula no endereço. É o phishing em sua forma mais moderna — e mais difícil de detectar.

Como detectar uma deepfake

A detecção de uma deepfake é uma tarefa um tanto complicada, mas por meio de análise em relação a textura de uma imagem ou detalhes sobre palavras desconexas, além de um exercício de observação pode ajudá-lo a constatar se um determinado vídeo ou foto na verdade trata-se de uma tentativa de golpe.

Matheus Chaves
Colaboração para o Olhar Digital

Matheus Chaves é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.