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A Ucrânia está desenvolvendo seu próprio modelo de IA com a estrutura Gemma do Google. O objetivo é criar um sistema independente capaz de aprimorar operações militares e serviços civis sem depender de empresas estrangeiras.
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O projeto, segundo a Reuters, visa garantir que a Ucrânia mantenha controle total sobre os sistemas de IA usados diariamente por 23 milhões de cidadãos, protegendo o país contra potenciais ataques cibernéticos russos.
Gemma do Google como base do modelo de IA ucraniano
O grande modelo de linguagem será inicialmente treinado na infraestrutura de computação do Google antes de migrar para servidores locais. Segundo a Kyivstar, operadora de telefonia móvel do país, a meta é que o sistema sirva de base para uma nova geração de serviços com IA nos setores público e privado.
Queremos evitar a dependência de sistemas proprietários, como o ChatGPT da OpenAI, e também de modelos chineses, como o DeepSeek e Qwen.
Olesandr Bornyakov, vice-ministro da Digitalização, à Reuters.
Já o ministro da Digitalização, Mykhailo Fedorov, acrescentou que a Ucrânia já utiliza IA para reconhecimento aéreo, monitoramento por satélite e pilotagem de drones, além de analisar ataques russos e campanhas de desinformação com ferramentas da Palantir Technologies.
Desafios linguísticos e culturais
Uma das motivações do projeto é lidar com lacunas de comunicação nos sistemas de IA atuais. Muitos cidadãos falam uma mistura de ucraniano, russo e búlgaro, além de dialetos minoritários, que os modelos existentes não processam corretamente.
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“Quando iniciamos aplicações reais, encontramos limitações rapidamente, como traduções incorretas em documentos legais e alucinações geradas por IA”, explica Misha Nestor, diretor de produtos da Kyivstar.
A solução foi a criação de quatro comitês consultivos com autoridade vinculativa sobre aspectos técnicos, jurídicos, culturais, históricos e linguísticos, garantindo suporte a línguas minoritárias, como o tártaro da Crimeia.
Quais os benefícios para a Ucrânia
O projeto permite que a Ucrânia tenha:
- Aplicações adaptadas à diversidade linguística do país;
- Integração da IA em operações militares e civis;
- Redução da dependência de fornecedores estrangeiros;
- Preparação para resistir a ciberataques externos;
- Controle total sobre a infraestrutura de IA.
O Gemma foi escolhido por seu desempenho em múltiplos idiomas, fortalecendo ainda mais os laços tecnológicos e econômicos entre Ucrânia e Estados Unidos. Modelos concorrentes, como o LlaMA (Meta) e o francês Mistral, também foram avaliados, mas não atenderam aos critérios específicos do país.
Com o desenvolvimento desse sistema próprio, a Ucrânia busca autonomia tecnológica e mais segurança no uso da inteligência artificial em setores essenciais. O projeto combina expertise local com tecnologia internacional, garantindo inovação alinhada às necessidades do país.
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