Quer voar? Moto voadora com microjatos elétricos começa a ser vendida

A LEO Solo abre pré-venda global e aposta em seu design compacto e nos 48 microjatos para levar o voo pessoal ao uso cotidiano
Por Valdir Antonelli, editado por Layse Ventura 03/12/2025 06h16
LEO-Solo-1-1920x1080
Imagem: Divulgação/LEO Flight
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

A LEO Flight abriu pré-venda do Solo, uma motocicleta voadora compacta equipada com dezenas de microjatos elétricos. O monoposto chega como uma nova aposta no voo pessoal e promete empolgar quem sonha em decolar por conta própria, comenta a New Atlas.

Criado por uma dupla excêntrica e experiente, o Solo mistura design futurista, microventiladores e bateria de estado sólido — colocando o futuro dos eVTOLs cada vez mais próximo.

Compacto e cheio de microjatos, o Solo surge como nova aposta da LEO Flight para quem sonha em decolar sozinho.
Compacto e cheio de microjatos, o Solo surge como nova aposta da LEO Flight para quem sonha em decolar sozinho. Imagem: Divulgação/LEO Flight

Uma moto voadora que cabe na garagem

O LEO Solo chega como um eVTOL Part 103-friendly, o que significa que o piloto não precisa de licença para colocá-lo no ar. A pré-venda já começou com depósitos reembolsáveis, e a empresa planeja iniciar a produção no fim de 2025.

Por trás da Leo Flight está uma combinação curiosa: Pete Bitar, conhecido por uma longa lista de experimentos com jatos elétricos, e Carlos Salaff, ex-designer da Mazda. Juntos, eles tentam transformar anos de invenções ousadas — e às vezes instáveis — em produtos reais.

O histórico de Bitar inclui jetpacks, veículos experimentais e outros protótipos dignos de inventor maluco. Salaff, por outro lado, traz o olhar de quem trabalhou em conceitos automotivos como os Mazda Nagare e Furai. O resultado dessa mistura? Um veículo que parece ter saído de um jogo futurista, mas pensado para uso real.

Com 48 ventoinhas, o Solo ganha proteção extra no design, mas paga com pouco tempo de voo e maior gasto da bateria.
Com 48 ventoinhas, o Solo ganha proteção extra no design, mas paga com pouco tempo de voo e maior gasto da bateria. Imagem: Divulgação/LEO Flight

De protótipos estranhos ao LEO Solo

Antes da parceria, Bitar já havia criado a ElectricJet e testado uma série de projetos de voo pessoal. O VertiCycle parecia uma cadeira amarrada a latas; o EJ-1S era um jetpack completo com “botas a jato”; e o CanopE-Jet buscava reinventar o parapente motorizado.

Leia mais:

Com a chegada de Salaff em 2021, a dupla finalmente canalizou essas ideias para algo mais consistente. Primeiro veio o cupê voador LEO, capaz de atingir 402 km/h, mas ainda só em renderizações. Agora, o foco se voltou ao Solo, um veículo muito mais simples.

A LEO Flight abriu reservas de US$ 999 (cerca de R$ 5,3 mil) para quem quiser garantir seu lugar na fila. Um detalhe importante: a produção estimada para 2025 pode sofrer atrasos, já que o veículo depende de uma bateria de estado sólido que ainda não está disponível comercialmente.

Voos curtos e rasantes revelam progresso, mas o protótipo simples mostra que a versão final ainda está distante.
Voos curtos e rasantes revelam progresso, mas o protótipo simples mostra que a versão final ainda está distante. Imagem: Divulgação/LEO Flight

Como a moto voadora funciona

A proposta do Solo é voar usando 48 microventiladores elétricos — 12 em cada canto. O design fechado melhora a segurança em comparação com o uso de hélices expostas, mas traz um desafio enorme: a carga de disco.

Ventoinhas pequenas precisam girar muito mais rápido para gerar sustentação, consumindo mais energia. Na prática, isso significa pouco tempo no ar e grande demanda sobre a bateria.

Segundo a LEO Flight, o Solo deve oferecer:

  • 10 a 15 minutos de voo por carga.
  • Velocidade máxima de 97 km/h.
  • Altitude limitada a 4,57 metros.
  • Nível de ruído de 80 dB (equivalente a um aspirador potente).
  • Dimensões de 2 x 2 metros, quase uma cama king-size.

Outra vantagem é poder carregar a bateria em casa — algo raro para um eVTOL.

Primeiros testes

Os vídeos de teste já mostram pessoas subindo cuidadosamente na plataforma protótipo, com voos curtos e próximos ao chão. O segundo voo registrado aparenta mais estabilidade, um bom sinal considerando que operar tão perto da superfície cria turbulências adicionais.

Apesar disso, o protótipo atual — uma estrutura simples em formato de caixa — ainda está longe das renderizações elegantes criadas por Salaff. A dependência de baterias de estado sólido, somada ao fato de já estarmos próximos de 2025, torna o prazo de produção bastante incerto.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.