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A natureza apresenta uma variedade impressionante de estratégias de sobrevivência. Entre elas, o engano é uma das mais engenhosas. Diversas espécies evoluíram para manipular a visão, o olfato e até o comportamento de predadores e presas.
Elas usam táticas que incluem mimetismo, sons falsos e truques de camuflagem capazes de confundir até os observadores mais atentos.
Este artigo reúne alguns dos exemplos mais fascinantes de animais que recorrem à ilusão para garantir alimentação, proteção e vantagem evolutiva.
8 animais que enganam outros seres vivos para sobreviver
Lagarta-cobra

A lagarta-cobra usa um disfarce impressionante para enganar predadores. Quando se sente ameaçada, ela infla a parte frontal do corpo e cria a aparência de uma cabeça de serpente, com manchas que lembram olhos grandes.
Esse comportamento afasta aves e pequenos mamíferos que evitam cobras, aumentando suas chances de sobrevivência até completar o ciclo de vida. Além do inchaço, elas se contorcem para simular um bote. A espécie é totalmente inofensiva para humanos.
Borboleta-coruja

Essa espécie exibe nas asas padrões que lembram olhos de coruja, um mecanismo de defesa que intimida predadores ao criar a ilusão de um animal maior e mais ameaçador. O interior das asas destaca “olhos” grandes, capazes de afastar especialmente aves.
Também conhecida como corujão, apresenta no lado externo um azul intenso com detalhes em preto, uma coloração que permanece mesmo após sua morte.
Gambá

O gambá utiliza uma estratégia de defesa impressionante: a tanatose, ou seja, fingir-se de morto. Quando se sente ameaçado, ele entra em um estado de imobilidade involuntária que pode durar até 30 minutos.
Durante esse período, o corpo fica rígido e o animal exala um odor forte que lembra o de um cadáver em decomposição, o que afasta predadores que evitam carcaças por risco de contaminação.
Antes de recorrer a essa técnica extrema, o gambá costuma rosnar e mostrar os dentes. Após o perigo passar, ele retoma seus movimentos normalmente.
Camaleão

O camaleão é um dos símbolos do mimetismo. Ele muda de cor para se adaptar ao ambiente, o que dificulta sua detecção por predadores.
Essa camuflagem rápida reduz a chance de ataques e permite que o animal permaneça imóvel sem ser percebido. A mudança ocorre graças a nanocristais presentes na pele, que ajustam a forma como a luz é refletida.
Quando bem camuflado, o camaleão praticamente desaparece no ambiente, aumentando suas chances de sobrevivência.
Drongo-de-cauda-forquilha

O drongo-de-cauda-forquilha é famoso por seu comportamento enganoso. Ele observa outras espécies se alimentando e imita chamados de alarme que indicam a presença de predadores.
Ao ouvir o alerta falso, os animais fogem, deixando a comida para trás, que o drongo aproveita imediatamente, um exemplo clássico de cleptoparasitismo. Para manter a eficácia do truque, ele alterna alarmes verdadeiros e falsos, preservando sua credibilidade.
Além disso, esse pássaro mostra grande coragem ao defender o ninho, chegando a enfrentar animais muito maiores, inclusive aves de rapina.
Cuco-canoro

O cuco-canoro usa um dos mecanismos de engano mais conhecidos do reino animal: o parasitismo de ninho. A fêmea não constrói ninho próprio, em vez disso, ela deposita seus ovos em ninhos de outras aves, geralmente pequenos insetívoros.
Para não ser descoberta, ela escolhe hospedeiros cujos ovos se parecem com os seus e, quando o ninho está desprotegido, retira um ovo original e o substitui pelo seu. As aves hospedeiras cuidam do filhote do cuco como se fosse delas.
Muitas vezes, o jovem cuco empurra os ovos legítimos para fora do ninho, garantindo alimento e atenção exclusivos até se tornar independente.
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Louva-a-deus-orquídea

O louva-a-deus-orquídea utiliza um mimetismo floral altamente eficiente para capturar presas. Seu corpo reproduz a aparência de pétalas de orquídeas, permitindo que ele se misture perfeitamente às flores tropicais.
Dessa forma, insetos polinizadores se aproximam atraídos pela semelhança, e o louva-a-deus ataca com grande velocidade. Além da camuflagem visual, ele realiza movimentos suaves, como se fosse levado pela brisa, reforçando a ilusão.
Essa combinação de disfarce e rapidez transforma o inseto em um predador eficaz, capaz de permanecer exposto sem despertar qualquer suspeita.
Peixe-pedra

O peixe-pedra está entre os mestres do disfarce nos mares. Ele se assemelha a uma rocha coberta de algas. O visual irregular e as cores acinzentadas confundem tanto predadores quanto presas.
Além do disfarce, o peixe carrega espinhos venenosos capazes de causar dor intensa. A combinação de camuflagem e defesa química o torna um dos peixes mais perigosos dos oceanos.