O que é escarlatina? Veja sintomas e tratamento

Comum em crianças, a escarlatina causa manchas vermelhas e febre. Entenda os sintomas, o contágio e como funciona o tratamento
Por Bruno Ignacio de Lima, editado por Layse Ventura 03/12/2025 02h00
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Pessoa com vermelhidão no braço (Imagem: Reprodução/Freepik)
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O nome “escarlatina” pode até remeter aos livros de história, mas essa infecção está longe de ser coisa do passado. Ainda frequente nos consultórios pediátricos, essa doença costuma assustar os pais pelos sintomas visíveis na pele, mas o cenário atual é muito mais tranquilizador do que antigamente. 

Hoje, o tratamento é acessível, simples e altamente eficaz. Para que você não tenha dúvidas na hora do diagnóstico, preparamos um guia completo de informações sobre como identificar, tratar e prevenir essa condição. Mas, como sempre, vale lembrar que todo e qualquer diagnóstico deve ser feito por um profissional médico e não é recomendado tratamentos caseiros e automedicação.

Tudo o que você precisa saber sobre escarlatina

A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa aguda, causada pela bactéria Estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). É a mesma bactéria responsável por aquelas amigdalites fortes que exigem antibiótico. A diferença aqui é que, na escarlatina, a bactéria libera toxinas que provocam uma reação cutânea característica, deixando a pele avermelhada (daí o nome “escarlate”).

Sintomas de escarlatina: o corpo fala (e muda de cor)

O quadro geralmente começa de forma repentina. Os sintomas clássicos incluem febre alta, calafrios e uma dor de garganta intensa. Contudo, o sinal mais distintivo aparece na pele e na boca.

Sintomas da língua com escarlatina
Sintomas da língua com escarlatina (Imagem: brgfx/Freepik)

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVSMS), a doença se manifesta com manchas vermelhas na pele de textura áspera, semelhante a uma lixa, além da famosa “língua de framboesa” (ou morango), onde a língua fica inchada, vermelha e com bolinhas salientes. As manchas costumam começar no pescoço e no tronco, espalhando-se para o resto do corpo, mas poupando a região ao redor da boca, que pode ficar pálida.

Quem é mais afetado pela escarlatina?

Embora qualquer pessoa possa contrair a doença, a escarlatina tem um “público preferencial”: crianças em idade escolar e pré-escolar (geralmente entre 5 e 15 anos). Isso não ocorre por uma predisposição genética, mas sim pela rotina. Ambientes fechados e com aglomeração, como escolas e creches, facilitam a transmissão.

A transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva ou secreções nasais de uma pessoa infectada — seja através de tosse, espirro ou até mesmo compartilhamento de copos e talheres.

Diagnóstico e tratamento

Se você notar os sintomas descritos, o diagnóstico deve ser feito por um médico (pediatra ou clínico geral). Geralmente, o exame clínico é suficiente, mas o profissional pode solicitar um teste rápido ou cultura de secreção da garganta para confirmar a presença do estreptococo.

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O tratamento é, na verdade, uma boa notícia: a escarlatina responde muito bem aos antibióticos. Conforme aponta o Manual MSD (referência global para médicos e farmacêuticos), a penicilina é o fármaco de escolha para infecções estreptocócicas faríngeas do grupo A. Caso o paciente seja alérgico, o médico prescreverá alternativas eficazes, como a eritromicina.

Escarlatina
Escarlatina (Imagem: shutterstock/anastasiya parfenyuk)

Atenção: É crucial completar o ciclo do antibiótico, mesmo que a criança melhore em 24 ou 48 horas. A interrupção precoce pode não eliminar a bactéria totalmente, abrindo portas para complicações sérias, como a febre reumática ou problemas renais.

É possível evitar a escarlatina?

Infelizmente, ainda não existe uma vacina específica para a escarlatina. A melhor forma de prevenção é a boa e velha higiene:

  • Lavar as mãos frequentemente;
  • Não compartilhar talheres ou copos;
  • Cobrir a boca ao tossir ou espirrar.

A perspectiva de cura é excelente quando o tratamento é iniciado precocemente. Após 24 horas de antibiótico, o paciente geralmente já não transmite mais a bactéria, permitindo, em breve, o retorno à rotina escolar e às brincadeiras.

Bruno Ignacio de Lima
Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia e conteúdo perene. Atualmente, é colaborador no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.