Tinta de tatuagem afeta imunidade e eficácia de vacinas, diz estudo

Pesquisadores rastrearam pigmentos de tatuagens até o sistema linfático e descobrem efeitos duradouros na imunidade
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 03/12/2025 05h00
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Imagem: Dan Gutu/Shutterstock
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A prática de fazer tatuagens tornou-se muito comum em todo o mundo, principalmente entre os mais jovens, com cerca de 20% da população global possuindo pelo menos uma tatuagem. Agora, pesquisadores apontam possíveis riscos em ter tatuagens no corpo.

Uma pesquisa recente revelou que a tinta de tatuagem não permanece apenas na pele. Cientistas suíços descobriram que os pigmentos migram rapidamente para o sistema linfático, onde podem permanecer por meses e causar impactos na imunidade.

Cientistas suíços descobrem que tinta persiste no sistema linfático e mata células imunológicas (Imagem: Hryshchyshen Serhii/Shutterstock)

Pigmentos se acumulam nos linfonodos

  • O estudo, realizado com camundongos e publicado na revista PNAS, mostrou que os pigmentos alcançam os linfonodos em poucos minutos e continuam se acumulando por até dois meses.
  • Esse acúmulo provoca morte de células imunológicas e inflamação prolongada.
  • Os pesquisadores também observaram que a tinta interferiu na eficácia de vacinas.
  • Quando a vacina contra COVID-19 foi aplicada em pele tatuada, a produção de anticorpos diminuiu. Curiosamente, o efeito foi oposto com a vacina da gripe, que teve resposta aumentada.

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Eficácia de vacinas mudaram ao aplicadas em pele tatuada: a da COVID diminuiu, mas a da gripe teve resposta mais forte (Imagem: Peter Hansen/iStock)

Alertas para a saúde pública

Com 32% dos adultos americanos tendo ao menos uma tatuagem, segundo pesquisa de 2023, os cientistas alertam para a necessidade de regulamentação mais rigorosa. Atualmente, as tintas enfrentam fiscalização muito mais branda que produtos médicos.

Estudos complementares reforçam a preocupação. Uma pesquisa sueca com 12 mil pessoas identificou risco 21% maior de linfoma em tatuados. Na Dinamarca, tatuagens grandes foram associadas a risco 2,7 vezes maior de linfoma e ao dobro de chances de câncer de pele.

Embora os testes tenham sido feitos em animais, os pesquisadores enfatizam que pigmentos já foram documentados em linfonodos humanos, sinalizando riscos que merecem investigação aprofundada.

Pesquisadores pedem regulamentação mais rigorosa dos pigmentos usados em tatuagens (Imagem: Olena Yakobchuk/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.