Cansaço antes e durante a menstruação? Pode ser fadiga menstrual

Cansaço extremo e indisposição para realizar tarefas do dia a dia tendem a acometer quem tem a fadiga menstrual
Por Angelina Miranda, editado por Layse Ventura 04/12/2025 04h20
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Quando você perde o sono, sua pele perde a luminosidade e os olhos dão sinais de cansaço (olheiras e bolsas) (Imagem: Shutterstock)
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Não basta durante a Tensão Pré-Menstrual (TPM) sentir tristeza, irritabilidade, dores de cabeça, ansiedade e sensibilidade nos seios. Quem menstrua pode ainda ter que lidar com outro sintoma que mina as energias para atividades simples do cotidiano: a fadiga menstrual.

Algumas pessoas chegam a pensar que estão doentes, tamanho o nível de cansaço extremo e indisposição, mas é apenas a queda do estrogênio. Embora seja comum e mensal, esse sintoma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida.

Para se ter uma ideia, de acordo com levantamento da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) cerca de 80% das brasileiras manifestam algum tipo de sintoma desagradável durante esse período.

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Outro levantamento brasileiro feito pela Universidade Federal de Minas e a Faculdade de Medicina de Catanduva sobre o tema aponta que de 3% a 11% das mulheres apresentam sintomas severos, o que caracteriza o transtorno disfórico pré-menstrual – que é uma forma grave da Tensão Pré-Menstrual (TPM).

Em outro estudo, desta vez da Universidade Estadual de Londrina, as pesquisadoras aplicaram um questionário em 77 mulheres saudáveis com idade de 18 até 35 anos. Elas não faziam uso de anticoncepcional, e tiveram que responder numa escala de 0 a 10 quais sintomas eram mais prevalentes. 

Desânimo e impacto nas Atividades de Vida Diárias (AVDs) foram uns dos sintomas com pontuação mais elevada, ambos alcançando o número 7 na escala de 0 a 10.  

O que ocasiona a fadiga menstrual?

A fadiga é um dos sintomas físicos da Tensão Pré-Menstrual, que abrange vários outros sintomas. (Imagem: Shutterstock)

Durante o ciclo menstrual, acontecem mudanças significativas no organismo feminino, com os níveis de progesterona e estrogênio sofrendo oscilações. Após a ovulação, existe um aumento da produção da progesterona, enquanto o estrogênio tende a diminuir. 

Esse desbalanço hormonal pode afetar o circuito dos neurotransmissores, prejudicando o principal deles quando o assunto é disposição: a serotonina. 

Esse neurotransmissor é como uma ponte entre as células nervosas do cérebro e do corpo, e é responsável por regular funções importantes como humor, sono, apetite e ansiedade. Não à toa, muitas mulheres sofrem alterações no sono durante esse período. 

Segundo a ginecologista Juliana Ribeiro, existem ainda outras causas que podem intensificar a fadiga menstrual.

“Durante a menstruação, a perda de sangue pode levar a uma redução nos níveis de ferro no corpo. O ferro é essencial para a produção de hemoglobina, uma proteína dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio. A baixa hemoglobina pode causar a sensação de fadiga e fraqueza”, explica Ribeiro. 

Além disso, uma alimentação rica em ultraprocessados pode agravar ainda mais o quadro. Durante o período menstrual, o organismo pode ter uma demanda aumentada por certos nutrientes, como vitamina B12 e magnésio. A falta de reposição desses nutrientes piora a sensação de cansaço. 

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A fadiga mental pode se manifestar não apenas com cansaço físico, mas também mental. (Imagem: shutterstock/Small365/)

Os sintomas da fadiga menstrual podem se manifestar de várias maneiras e em intensidades diferentes, dependendo de cada mulher. E é comum que surjam no período pré-menstrual e permaneçam também durante a menstruação.

Além do cansaço extremo, a fadiga menstrual pode causar fraqueza muscular, sonolência diurna, capacidade reduzida para exercícios físicos e dificuldade de concentração. 

Para combater a fadiga menstrual é preciso adotar mudanças no estilo de vida e adotar medidas de autocuidado. Como a prática de exercício físico regular, não precisa ser intenso, uma caminhada já é capaz de melhorar os níveis de energia. 

Priorizar o consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes magras, espinafre, feijão e lentilhas, também pode auxiliar na soma desses nutrientes importantes. Hidratação adequada também é fundamental, pois a desidratação também pode agravar a sensação de cansaço.

Mas, se mesmo com a adoção desses hábitos não houver melhora nos sintomas, é importante procurar auxílio médico. 

“Se a dieta não for suficiente para atender às necessidades nutricionais, pode ser preciso considerar a ingestão de suplementos de ferro, vitamina B12, magnésio e outros nutrientes essenciais. Em alguns casos, também podemos recomendar a terapia hormonal para ajudar a estabilizar os níveis hormonais e reduzir os sintomas da TPM, incluindo a fadiga”, resume Ribeiro. 

Angelina Miranda
Colaboração para o Olhar Digital

Angelina Miranda é jornalista formada pela UNIP. Com dez anos de atuação, atuou como repórter na Folha de S. Paulo e também colaborou para a Revista Fórum. É redatora no Olhar Digital desde 2023.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.