Siga o Olhar Digital no Google Discover
A vitamina C, um dos antioxidantes mais conhecidos, pode desempenhar um papel importante na proteção contra os danos causados pela poluição atmosférica.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) e do Instituto Woolcock aponta que o nutriente reduz a inflamação e o estresse celular provocados pela exposição diária a partículas finas de poluição, as chamadas PM2,5.
A pesquisa foi publicada na revista Environment International.
Como a poluição afeta o organismo
- As partículas PM2,5 são provenientes principalmente da queima de combustíveis fósseis e de madeira, além de eventos como incêndios florestais e tempestades de poeira.
- Por serem extremamente pequenas, penetram profundamente nos pulmões e estão associadas a doenças como asma, DPOC, fibrose pulmonar e câncer de pulmão.
- No estudo, os cientistas analisaram os efeitos da vitamina C em camundongos e em células humanas expostas a baixos níveis de PM2,5.
- Mesmo em concentrações moderadas, a poluição desencadeou um aumento de células inflamatórias e de citocinas, além de danos às mitocôndrias — estruturas essenciais para a produção de energia.
- As células humanas apresentaram comportamento semelhante, com queda de viabilidade e maior estresse oxidativo.
Leia mais
- Estudo relaciona fruta brasileira ao controle de várias doenças
- Doenças que você nem imagina podem começar pela sua boca
- IA: nova tecnologia identifica doenças com quase 100% de precisão
O que a vitamina C conseguiu neutralizar
A suplementação com vitamina C reduziu de forma significativa os danos observados. A inflamação caiu, enzimas antioxidantes foram restauradas e as mitocôndrias mantiveram sua integridade.
Segundo Brian Oliver, professor da UTS, os achados oferecem “esperança para um tratamento preventivo de baixo custo” diante de um problema global que atinge milhões.
A dose usada na pesquisa equivaleria a cerca de 1.000 mg por dia em humanos — acima da recomendação diária, mas dentro do limite considerado seguro. Mesmo assim, os autores alertam que aumentar a ingestão do nutriente sem orientação médica pode causar efeitos adversos.
Os resultados são promissores, mas ainda preliminares. Ensaios clínicos em humanos serão necessários para confirmar a eficácia e a segurança dessa possível estratégia preventiva.
Tags: