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Os reguladores da União Europeia abriram uma investigação antitruste contra a Meta nesta quinta-feira (4), levantando a possibilidade de suspender temporariamente a implementação de novos recursos de inteligência artificial no WhatsApp.
Segundo autoridades, a política planejada pela empresa poderia impedir o acesso de competidores à plataforma e favorecer o sistema Meta AI, integrado ao aplicativo no início do ano.
A apuração, revelada pelo Financial Times, intensifica o escrutínio do bloco sobre gigantes da tecnologia, como Amazon e Google.

Europa endurece posição contra grandes plataformas
- A chefe antitruste da UE, Teresa Ribera, afirmou que a investigação busca impedir que empresas dominantes usem sua influência para sufocar concorrentes inovadores em um mercado de IA em rápida expansão.
- Ela indicou que medidas provisórias podem ser adotadas antes mesmo da conclusão do inquérito, bloqueando a entrada em vigor da nova política da Meta, prevista para 15 de janeiro de 2026.
- A Meta rebateu as acusações. Um porta-voz do WhatsApp classificou as alegações como “infundadas” e disse que o aumento de chatbots externos tem pressionado sistemas que não foram projetados para tal volume.
- Segundo ele, o setor de IA permanece altamente competitivo, com múltiplos caminhos de acesso para consumidores e empresas.
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Queixas de startups e risco de multa bilionária
A investigação foi motivada por reclamações de startups de IA, entre elas a Interaction Company of California — criadora do assistente Poke.com — e a espanhola Luzia, que afirma ter mais de 85 milhões de usuários.
Ambas argumentam que a nova política da Meta pode fechar a porta de entrada para seus serviços dentro do WhatsApp, prejudicando milhões de usuários e a competição no mercado.
Se considerada culpada, a Meta pode enfrentar multa de até 10% de seu faturamento anual global. Paralelamente, o órgão antitruste da Itália conduz uma investigação própria sobre eventuais abusos de posição dominante relacionados ao WhatsApp.
A apuração ocorre fora do escopo da Lei dos Mercados Digitais, principal instrumento regulatório do bloco europeu, e segue o modelo tradicional de investigações antitruste aplicado a grandes plataformas.
