Geração Z: como jovens estão protegendo seus cérebros do impacto das redes sociais

Geração Z adota hábitos offline e estratégias digitais para proteger o cérebro dos efeitos da rolagem infinita e excesso de redes sociais
Por Valdir Antonelli, editado por Layse Ventura 05/12/2025 05h23
geracao-z-shutterstock_2653427917-1920x1080
A Geração Z está encontrando formas de manter o cérebro saudável longe das redes sociais. Imagem: Creation Company/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

A Geração Z está encontrando maneiras criativas de proteger seus cérebros do efeito negativo das redes sociais. Influenciadores e jovens ao redor do mundo compartilham dicas para reduzir o impacto da rolagem infinita e melhorar a saúde mental, comenta a National Geographic.

De passeios ao ar livre a rotinas de aprendizado estruturadas, a ideia é resgatar o controle mental em meio à avalanche digital.

O excesso de redes sociais pode afetar memória, atenção e pensamento crítico, alerta estudo sobre a Geração Z.
O excesso de redes sociais pode afetar memória, atenção e pensamento crítico, alerta estudo sobre a Geração Z. Imagem: Kar-Tr/iStock

O que é a “deterioração cerebral digital”?

O termo descreve os efeitos de passar horas nas redes sociais, consumindo informações rápidas que estimulam a dopamina e podem prejudicar memória, atenção e pensamento crítico.

A deterioração cerebral, ou brain rot, não está realmente deteriorando nossos cérebros. Ela cria um ambiente para o qual não estamos preparados. Queremos consumir tudo, mas é difícil controlar esse desejo.

Earl Miller, neurocientista do MIT, à National Geographic.

A Geração Z, que cresceu com smartphones, TikTok e YouTube, é particularmente suscetível. Estudos de 2024 e 2025 indicam que o uso excessivo de mídias sociais e inteligência artificial pode diminuir a capacidade de reter informações, reduzir funções cerebrais e afetar a memória.

“Sabemos que o uso frequente de tecnologia pode alterar o cérebro e prejudicar o funcionamento cognitivo”, afirma Amanda Elton, professora assistente na Universidade da Flórida.

Apesar de criados em um mundo conectado, a Geração Z aposta em hábitos criativos e conscientes para reduzir os efeitos negativos das redes sociais na mente.
Apesar de criados em um mundo conectado, a Geração Z aposta em hábitos criativos e conscientes para reduzir os efeitos negativos das redes sociais na mente. Imagem: Alina Hedz/Shutterstock

Estratégias da Geração Z para recuperar o cérebro

Os jovens estão criando métodos para reverter os efeitos da rolagem infinita. Alguns exemplos incluem:

  • Elaborar “minicurrículos” mensais com livros, cursos e atividades práticas.
  • Desconectar-se das telas ao chegar em casa ou durante refeições, inspirado nos antigos telefones fixos.
  • Realizar atividades offline, como caminhadas longas, meditação ou jogos de tabuleiro.
  • Usar ferramentas digitais de bloqueio, como Brick e Focus Friend, que ajudam a controlar o tempo gasto em apps.

Essas práticas mostram que usar a tecnologia de forma consciente pode reforçar a saúde cognitiva e reduzir o impacto da superexposição digital.

Especialistas afirmam que equilibrar tempo online e offline ajuda memória, pensamento crítico e bem-estar mental.
Especialistas afirmam que equilibrar tempo online e offline ajuda memória, pensamento crítico e bem-estar mental. Imagem: Imagem: Reprodução/Offline Club

Espaços e hábitos offline ganham força

O movimento “offline” está crescendo em todo o mundo. Restaurantes como o Hush Harbor, em Washington, pedem que os clientes guardem seus celulares em bolsas trancadas. Na Europa e em Sydney, clubes e restaurantes promovem experiências sem tecnologia, incentivando a interação social e o foco nas atividades presentes.

Leia mais:

Especialistas reforçam os benefícios de equilibrar o tempo online e offline. “Uma das melhores maneiras de manter o cérebro saudável é interagindo socialmente com outras pessoas”, diz Miller. “Quanto mais você força seu cérebro a se reconectar, mais suas habilidades de memória e pensamento crítico melhoram.”

Atividades como ler, ouvir música, escrever um diário e estabelecer metas ajudam a fortalecer conexões cerebrais e a manter o cérebro afiado. Pequenas pausas intencionais das redes sociais podem fazer grande diferença no bem-estar mental, afirmam especialistas.

Com isso, a Geração Z mostra que é possível resgatar a atenção e a motivação, mesmo em um mar de informações digitais. Os jovens estão aprendendo a usar a tecnologia a seu favor, priorizando atividades offline e estruturadas para manter o cérebro saudável.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.